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Esta iniciativa consite em ações que possibilitem momentos de reflexão e construção pedagogica, abrangendo ainda propostas significativas para a prática cotidiana do educadores. De acordo com o contexto escolar e vivências as ideias e sugestões podem ser adequadas as necessidades reais nas expectativas de educadores e educandos

28 de jun. de 2015

Exigências escolares e socialização



Responsabilidade. Essa qualidade-chave, tão necessária à vida acadêmica e cultural, tem sido uma das causas de conflitos entre educadores, alunos e pais. Afinal, é injusto punir com perda de nota o aluno que não entregou um trabalho escolar na data estipulada? É dever da escola ministrar provas em horários ou dias alternativos devido ao não cumprimento de deveres do aluno, como leitura de livros, estudo e anotações referentes à matéria? Essas questões, que em outros períodos históricos teriam como resposta um contundente não, têm sido cada vez mais trazidas à discussão na escola por causa de questionamentos familiares. Como lidar com o assunto? É impossível fornecer uma resposta satisfatória sem pensarmos no conceito de socialização.

Segundo Berger e Luckmann (1976, p. 175 apud GOMES, 1992, p. 94), a socialização é definida como a “ampla e consistente introdução de um indivíduo no mundo objetivo de uma sociedade ou de um setor dela”. Podemos, portanto, concluir que a socialização é a construção, no indivíduo, de ferramentas e características necessárias à sua sobrevivência em sociedade e a uma vivência construtiva, colaborativa e contributiva para o meio que o cerca. É torná-lo apto a atender às exigências impostas pelo meio, sejam elas de ordem moral, profissional, pessoal, possibilitando sua inserção na sociedade.

Existem dois tipos de socialização: a primária, vivenciada na infância, e de responsabilidade especial da família, na qual a criança aprenderá atitudes básicas, como linguagem, locomoção, autonomia alimentar, controle dos esfíncteres, entre outras; e a secundária, que pode ser compreendida como “qualquer processo subsequente que introduz o indivíduo já socializado em novos setores do mundo objetivo de sua sociedade” (BERGER; LUCKMANN 1976, p. 175 apud GOMES, 1992, p. 94). A socialização secundária acontece ao longo da vida, diversas vezes, em vários momentos, e seus principais agentes são a escola e demais instituições relacionadas ao trabalho. Ou seja, ao longo de sua vida, o indivíduo necessitará socializar-se diversas vezes: terá de adaptar-se ao meio, e isso inclui o cumprimento de regras e exigências escolares; das demandas e responsabilidades próprias do trabalho; das condutas de um grupo religioso, caso escolha participar de algum; etc.

Ao contrário do que se pensa, essas aprendizagens não ocorrem de forma espontânea e livre. O processo de socialização leva a criança a se deparar com os valores sociais já existentes e expectativas já definidas, aos quais deverá adaptar-se. Entretanto, a criança resiste à socialização, pois sente que seus desejos imediatos são relegados, em detrimento de comportamentos esperados pela sociedade. Essa relação entre a criança e as demandas sociais precisa da mediação de um adulto (pais, professores, etc.).

A reflexão acima nos permite retornar ao tema principal com embasamento sociológico. É papel da escola flexibilizar suas exigências devido ao não cumprimento de tarefas atribuídas ao aluno? Percebemos que cabe à instituição educacional, como agente socializador, ensinar que é papel do aluno adaptar-se às regras. A conivência com a irresponsabilidade seria uma maneira de retardar ou mesmo dificultar o processo de socialização, deixando de preparar a criança para a vida em sociedade.
Ao permitir que, por pressão familiar, o aluno deixe de cumprir requisitos ou prazos sem uma justificativa realmente plausível, a escola está ensinando ao aluno que:

1. Não é necessário cumprir suas responsabilidades. Se essa premissa já é particularmente prejudicial à formação do caráter, em casos de escolas particulares a situação torna-se ainda mais grave, pois a criança aprende, ainda de maneira velada, que o dinheiro a isenta de cumprir suas obrigações. “Meu pai paga a escola, então eles têm que fazer o que ele pede”.

2. O mundo deve se adaptar a ele, e não ele à sociedade. Essa atitude retarda a maturação emocional da criança e abre as portas à formação de um indivíduo egocêntrico, que pensa que os outros é que devem atender às suas expectativas.

3. Não é necessário abdicar de desejos por responsabilidade. A vida é cheia de obrigações e, para cumpri-las, precisamos muitas vezes abdicar de nossos desejos imediatos. É muito bom permanecer na cama em uma manhã de inverno, mas precisamos abdicar desse desejo para realizar nossas atividades profissionais. Essa noção começa quando a criança precisa desligar o videogame ou a TV para fazer suas tarefas. Esse é um processo necessário, que não deve ser negligenciado.

4. Não há consequências para a irresponsabilidade. Na vida real há uma série de consequências para atitudes irresponsáveis: demissão por não cumprir as tarefas propostas ou não atingir metas, multas e sanções para os que dirigem sem considerar as leis de trânsito, contágio por doenças ou gravidez indesejada por conduta sexualmente descuidada. Privar a criança das sanções cabíveis por sua irresponsabilidade é impedir que ela desenvolva a capacidade de relacionar causa e efeito e, portanto, a maturidade necessária à vida adulta em um contexto social.

Os resultados dessas “aprendizagens” são, obviamente, perniciosos à formação do caráter do indivíduo, à sua posterior vida profissional, bem como à sua atuação em sociedade. Percebe-se, portanto, que a escola, como agente socializador, precisa manter seus padrões, promovendo, em situações de conflito, o esclarecimento das famílias sobre esse importante fator.

Referência bibliográfica

BERGER, Peter; LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade. Petrópolis: Vozes, 1976.
GOMES, Jerusa Vieira. Família e socialização. Psicologia USP, São Paulo, v. 3, n. 1-2, p. 93-105, 1992. ISSN 1678-5177. Disponível em: <http://www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/psicousp/v3n1-2/a10v3n12.pdf >. Acesso em: 26 maio 2011.

HABILIDADES SOCIAIS: EDUCAR PARA AS RELAÇÕES SOCIAIS

Habilidades sociais são um conjunto de capacidades que permitam o desenvolvimento de um repertório de ações e comportamentos que fazem as pessoas se desenrolar de forma eficaz socialmente. Essas habilidades são bastante complexas como eles são formados por uma ampla gama de ideias, sentimentos, crenças e valores que são o resultado de aprendizagem e experiência. Tudo isso vai causar uma grande influência sobre os comportamentos e atitudes que mantêm a pessoa em sua relação e interação com os outros.




É essencial dar uma atenção especial ao desenvolvimento de habilidades sociais, porque em primeiro lugar eles são essenciais para a adaptação das crianças ao ambiente em que se desenvolvem as suas vidas, e, em seguida, essas habilidades que irá fornecer as ferramentas para desenvolver como adultos na esfera social, sendo a chave para sobreviver de forma emocionalmente e profissionalmente saudável.

A falta ou o pouco desenvolvimento das habilidades sociais, pode ser doloroso para as pessoas. Os seres humanos vivem na sociedade é parte da nossa natureza, razão pela qual as relações de compreensão e de outras pessoas é uma obrigação para uma vida emocionalmente saudável. E isso tem um impacto sobre outras áreas da vida, escolar, profissional, sentimental, pessoal, etc.

PONTOS-CHAVE DE HABILIDADES SOCIAIS.

Eles são adquiridos através da aprendizagem. Eles não são inatos, as crianças desde o nascimento aprendem a se relacionar com os outros. Eles sentem de determinadas maneira, tem determinadas ideias e agem em função destas
Eles são de natureza recíproca. Habilidades sociais, que exigem o relacionamento com outras pessoas para o seu desenvolvimento.
Eles incluem comportamentos verbais e não verbais. Ele é tão importante quanto o que é dito do que outros aspectos que não são ditas.
Eles são determinados pelo reforço social (positivo ou negativo). Eles repetem certos comportamentos se eles são interpretados como o reforço positivo (de acordo com suas ideias e sentimentos) ou negativo (discordar).
Suas habilidades são formadas por um repertório de crenças, sentimentos, ideias e valores. E estas são a base do comportamento social. As pessoas interpretam as situações e decidem a ação.

Estão inter-relacionados com o autoconceito e autoestima. Os resultados das relações sociais influenciam a autoconceito e autoestima e estes por sua vez são cruciais para comportamentos no ambiente social.
Eles são necessários para o desenvolvimento integral dos indivíduos. A pessoa desenvolve e aprende a interagir com os outros.

Quais são as habilidades sociais?

  • Apego: capacidade de se relacionar com os outros.
  • Empatia: a capacidade de se colocar no lugar do outro e entender.
  • Assertividade: capacidade de defender os próprios direitos e opiniões sem prejudicar os outros.
  • Cooperação: capacidade de colaborar com outros para atingir um objetivo comum.
  • Comunicação: capacidade de expressar e ouvir. Sentimentos, emoções, ideias, etc.
  • Autocontrole: capacidade de interpretar as crenças e sentimentos e controle dos impulsos.
  • Compreensão de situações: capacidade de compreender as situações sociais e não os levar pessoalmente, ou responsabilizado por certas coisas.
  • Resolução de conflitos: capacidade de interpretar um conflito e trazer soluções alternativas para o mesmo.


Como são adquiridas as habilidades sociais?

Habilidades sociais são aprendidas e desenvolvidas ao longo do processo de socialização, como resultado da interação com outras pessoas. Este desenvolvimento ocorre principalmente em crianças, nos primeiros anos de vida são cruciais para aprender essas habilidades.
São aprendidos e desenvolvidos através dos seguintes processos:
  • A experiência direta. As crianças estão cercadas por pessoas e desde tenra idade e começam a ensaiar o comportamento social.  Se produz determinadas experiências que as crianças vão interpretando e incorporando essas interpretações ao seu modo de pensar e agir.
  • Imitação. As crianças aprendem o que veem das pessoas que são importantes para eles. Imitar os comportamentos sociais observadas em adultos, mas próximos, mas não apenas comportamentos, também vão aprender como interpretar essas situações em determinados momentos. 
  • Reforços. Reforços sociais que têm os seus comportamentos, seja de adultos ou de outras crianças farão as crianças desenvolver certos comportamentos com si e com os outros. 


PROBLEMAS CAUSADOS POR FALTA OU BAIXO DESENVOLVIMENTO SOCIAL.

  • Problemas de autoestima. As crianças com poucas habilidades sociais, terão problemas para se desenvolver em seu ambiente social. Isto irá levá-los a pensar que é a causa e isso diminuirá sua autoestima. A sua autoimagem será negativa. Isso faz com que, por sua vez, suas competências sociais seja escassas, a influência é mútua. 
  • Dificuldade em expressar desejos e opiniões. Pessoas que não têm boas habilidades sociais, têm dificuldades para conhecer e expressar o que eles querem e o que eles pensam.
  • Dificuldade em se relacionar com os outros. A falta de habilidades sociais, pode levar a timidez excessiva e dificuldade para fazer amigos e se relacionar. Em nossa sociedade se torna essencial para se relacionar com os outros. 
  • Problemas escolares. Ela também pode causar tais problemas devido à inadaptação social, o deixando excluso levando-o ao fracasso escolar. 
  • Desconforto emocional. As pessoas precisam de outras pessoas, a companhia e o estímulos dos outros são fundamentais para a nossa vida diária e ao nosso equilíbrio emocional. A ausência de relações sociais pode, portanto, manter uma angústia emocional associada.


DIRETRIZES PARA O DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS.

As habilidades com êxito e relacionadas de uma forma saudável com os outros são progressivamente desenvolvidas ao longo da infância e adolescência. Neste período ocorrem as estratégias que serão a base para relacionamentos adultos futuros, seja de amizade, família, trabalho, etc.

Portanto, devemos prestar especial atenção ao desenvolvimento dessas capacidades.

  • Tome cuidado com baixa estima. Ajude-os a formar uma imagem positiva de si mesmos. Eles têm a força para desenvolver socialmente e não ser culpado por situações que não são positivas para eles. Para isso devemos criticar ação e não a pessoa; propor objetivos p ar que sejam alcançados; usar os elogios, mas realista.

  • Transmitir valores às crianças. Eles devem aprender a valorizar a si mesmos e aos outros. Ensiná-los a respeitar, tolerar e ouvir.

  • Sirva de exemplo para eles. Em sua relação com eles e com os outros, aja de forma coerente e transmitir o que você quer torna-los

  • Converse com eles e trabalha as crenças e ideias que eles têm. Para determinadas situações sociais que ocorrem em si e / ou lhes explicar a situação, ajudá-los a entender. Se, por exemplo, alguém nos responde mal temos de explicar às crianças as pessoas têm as suas vidas e são susceptíveis de ser irritado com o assunto. Não devemos, portanto, levá-la para o lado pessoal, mas não devemos deixar que nos falem dessa maneira. Em seguida, devemos ensinar com nosso exemplo como responder a estas situações de forma assertiva.

  • Promover a capacidade de ouvir e compreender os outro.  Ouvi-los e ensiná-los a ouvir os outros. Assim entenderam que poderemos aprender muitas coisas se ouvirmos o que os outros nos dizem.
  • Usar reforços. Isso reforça os comportamentos socialmente adequados, tais como ouvir os outros ou responder educadamente, em tais casos, que interagem socialmente com eles e reforçar negativamente comportamentos inadequados, gritos, o não querer ouvir, etc. não interagir com eles, em tais casos.

  • Procura incluir as crianças e um ambiente rico de bons relacionamentos. É importante que as crianças tenham diferentes experiências sociais, experimentando, aprendendo e perdendo o medo de determinadas situações.

  • Incentivar as crianças a participar de diferentes grupos em atividades e com outras pessoas sem que sua presença seja necessária. É importante que as crianças aprendem a lidar sozinho sem a proteção de figuras adultas.

  • Quando a criança passar por qualquer situação social de rejeição ou negativa de qualquer forma você deve deixá-las passar por isso, mas explicar a situação.


Créditos Celia Rodriguez Ruiz

A inteligência emocional em crianças


As emoções, grandes determinantes do nosso comportamento podem influenciar nossas vidas de muitas maneiras. Sua manifestação, pode tornar  pessoas socialmente integrados ou excluídos, tudo depende de como lidamos com eles.




Como acontece com qualquer aprendizagem, emoções determinam à nossa maneira de lidar com a vida. Emoção, pensamento e ação, três elementos estão intimamente relacionados, presente em tudo o que fazemos todos os dias. Compreensão e controle das emoções pode ser crucial para a nossa integração na sociedade, mas se isso falhar, nós nos tornaremos desajustes, frustrados e infelizes.

Em inteligência emocional em crianças e de compreender e gerir emoções, devemos mantê-los em mente o tempo todo, sendo um importante gerenciamento de aprendizagem fase da infância e controlá-los. Como temos mostrado em mais de uma ocasião, a infância é o momento melhor aprendizado é adquirido, e gestão de emoções é um aprendizado fundamental e podemos dizer, é a base do outro, por ser tudo o que fazemos rica em emoção.

Enquanto que para os adultos, é realmente difícil de controlar as emoções em determinados momentos, para as crianças este controle é ainda mais complicado pela falta de experiências anteriores semelhantes e estratégias de abordagem. Às vezes encontramos crianças s cujo controle emocional é praticamente inexistente. É muitas vezes irascível e irritável, não pode negar-lhes qualquer coisa, porque elas acostumadas a ser tudo permitido . Além disso, eles são particularmente frágeis e irritado com as falhas na resposta a situações de maneira tão agressiva e hostil.

Estas reações são realmente prejudiciais para o / a filho / a, uma vez que não só vai limitar seu relacionamento e integração no grupo de pares, mas ainda pode afetar sua saúde. Na verdade, algumas pesquisas têm mostrado que experimentar emoções negativas leva a uma redução na defesa, tornando-nos vulneráveis.

O conhecimento, entendimento e controle emocional é, portanto, vital, uma vez que estas permitem-nos adaptar, comunicar-se e desenvolver-nos na sociedade. E não devemos esquecer que a emoção é fiel companheiro de motivação, objetivos a motor alcançar.

Graças às emoções  podemos ter empatia com os outros,  recuperamos memórias significativas de nossas vidas e até mesmo superarmos com êxito tempos difíceis.

Ressaltamos que a inteligência emocional de crianças para a aquisição de competências emocionais prepara os para a vida, permite-lhe estar alerta e capaz de afastar potenciais perigos sociais que podem ocorrer, tais como vícios. Investigações demonstraram que as pessoas com baixo controle emocional e tolerância são mais propensos a cair no mundo daqueles cujos vícios e tolerância emocional controle é maior.

 Compreender as emoções permitem-nos também para controlar e tolerar.


Daniel Goleman, um pioneiro no estudo da Inteligência Emocional, disse que consiste em:
·         O conhecimento das emoções, e o controle das mesmas;
·         Em automotivação;
·         Em reconhecer as emoções dos outros;
·         Estabelecimento de emoções positivas com os outros ...

Esta descrição nos dá grandes pistas sobre o caminho que devemos seguir na educação infantil. É essencial para educar a aquisição de todos esses aspectos mencionados.

As crianças  devem  aprender a controlar sua agressividade, suas reações indesejáveis ... algo para o qual devemos trabalhar com elas, especialmente para aqueles comportamentos “emocionalmente inadequado". O uso de punição, nestes momentos, muitas vezes  é usado demasiadamente.  Em vez disso devemos fazê-los pensar sobre o que aconteceu de uma forma objetiva e construtiva, fazendo-os compreender a importância de suas ações e o impacto sobre os outros ... e oferecer alternativas positivas conduzir, resultar em uma melhoria na sua maneira de pensar e agir e esse resultado em suas emoções.

Ele já é conhecido:
"Diga-me e eu esqueço, mostre-me e eu me lembro, envolver-me e eu aprendo" (Benjamin Franklin).

por Mariela Clemente Martos. Psicólogo. marielaclema

Como avaliar alunos com necessidades especiais? LEIA!


Uma das grandes dificuldades de muitos professores que não têm formação específica para Educação Inclusiva, é não saber como avaliar os  alunos da maneira correta. Pensando nesta dificuldade, selecionei alguns links com artigos e vídeos muito bem fundamentados, afim que você possa avançar nesse quesito e ter êxito nos processos avaliativos de seus alunos.


1. Avaliação na Inclusão (artigo)


2. A avaliação de alunos com necessidades educacionais especiais: algumas considerações


3. Proposta de educação e avaliação inclusiva







créditos ZENAIDEALVES1950