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Esta iniciativa consite em ações que possibilitem momentos de reflexão e construção pedagogica, abrangendo ainda propostas significativas para a prática cotidiana do educadores. De acordo com o contexto escolar e vivências as ideias e sugestões podem ser adequadas as necessidades reais nas expectativas de educadores e educandos

17 de nov. de 2013

AVALIAÇÃO..

Avaliar é??? Para Jussara Hoffmann 


  • A avaliação é essencial à educação
Inerente e indissociável enquanto concebida como problematização, questionamento, reflexão sobre a ação. Um professor que não avalia constantemente a ação educativa, no sentido indagativo, investigativo, do termo, instala sua docência em verdades absolutas, pré-moldadas e terminais. (p.17) 
  • A avaliação é reflexão transformada em ação
Ação essa, que nos impulsiona para novas reflexões. Reflexão permanente do educador sobre a realidade, e acompanhamento , passo a passo do educando, na sua trajetória de construção de conhecimento. (p.18) 

Avaliar é??? Para Perrenoud (1999)  


  • A avaliação da aprendizagem, no novo paradigma, é um processo mediador na construção do currículo e se encontra intimamente relacionada à gestão da aprendizagem dos alunos;  
  • Na avaliação da aprendizagem, o professor não deve permitir que os resultados das provas periódicas, geralmente de caráter classificatório, sejam supervalorizados em detrimento de suas observações diárias, de caráter diagnóstico. 
  • A avaliação é um processo que deve estar a serviço das individualizações da aprendizagem. 

Avaliar é??? Para Luckesi 

Avaliar x Examinar (uma questão histórica)

  • Avaliar é o ato de diagnosticar uma experiência, tendo em vista reorientá-la para produzir o melhor resultado possível; por isso, não é classificatória, nem seletiva, ao contrário, é diagnóstica e inclusiva. 
  • Examinar é classificatório e seletivo, e por isso mesmo, excludente, já que não se destina a construção do melhor resultado possível, e sim a classificação estática do que é examinado. 
 São situações opostas entre si, porém, nossos professores, em seu cotidiano não percebem tal distinção e quando dizem que estão avaliando, na verdade estão examinando.(p. 84) 

AVALIAÇÃO ESCOLAR 


  • O processo avaliativo ainda não alcançou progressos no ensino, mantendo-se classificatório e seletivo. A proposta de mudança de postura educacional é uma questão bastante complexa. A avaliação exige rigor técnico-científico, ampliando o aspecto pedagógico. Nessa perspectiva, o professor deve avaliar constantemente com a preocupação de não fragmentar o processo. 
  • Visão tradicionaaluno passivo; professor como detentor e transmissor do saber; objetivo: recepção e retenção dos conteúdos da aprendizagem, sem criticidade da realidade que o cerca. 
  • Visão atual – aluno ativo; professor mediador; ênfase na exploração e na descoberta; objetivo: apropriação e compreensão dos conteúdos das aprendizagens e no desenvolvimento do raciocínio e do pensamento (Consed, Progestão: 2001, p.22). 
  • A avaliação por ser processo contínuo, visa à correção das possíveis distorções e ao encaminhamento para a consecução dos objetivos previstos. Trata-se da continuidade da aprendizagem dos alunos e não da continuidade de provas. O processo de avaliação se coloca como elemento integrador e motivador, e não como uma situação de ameaça, pressão ou terror. A avaliação abrange três dimensões: 
  •  o desempenho do aluno; 
  •  o desempenho do professor; 
  •  a adequação do programa. 

 Portanto, é necessário que o professor tenha um plano de ensino elaborado para nortear seu trabalho. Desta forma, toda tarefa realizada pelos alunos deveria ter, por intencionalidade básica, a investigação como ponto de reflexão sobre a prática dos envolvidos - professores e alunos. 

  • A avaliação acontece em todas as atividades com as trocas de informações do aluno, de seus colegas, do professor e da comunidade. 

Segundo Demo (2000), o erro não é um corpo estranho, uma falha na aprendizagem. Ele é essencial, é parte do processo. Ninguém aprende sem errar. O homem tem uma estrutura cerebral ligada ao erro, é intrínseco ao saber- pensar, à capacidade de avaliar e refinar, por acerto ou erro, até chegar a uma aproximação final. Os erros e dúvidas dos alunos são considerados episódios significativos e impulsionadores da ação educativa. 

  • O currículo estadual e a proposta de avaliação formativa Fundamenta-se na observação e no registro do desenvolvimento dos alunos, em seus aspectos cognitivos, afetivos e relacionais, decorrentes das propostas de ensino; 
  • É contínua, diagnóstica e sistemática e é o eixo do processo de ensino-aprendizagem. Faz parte da aula do professor e deve ser observada em cada situação de aprendizagem proposta pelo mesmo e realizada pelo aluno; 
  • Permite rever todos os passos do planejamento do processo de ensino-aprendizagem; 
  • Pressupõe que a escola, antes de avaliar seus alunos, avalie-se como Instituição. 
Para realizar a avaliação formativa deve-se: - 


  1. Ter padrões claramente estabelecidos do que é necessário aprender e de seu caráter significativo e funcional, para que o aluno possa aplicá-lo em seu contexto de desenvolvimento pessoal; - 
  2. Ter definido situações de aprendizagem adequadas em determinado espaço de tempo; 
  3. Ter mecanismos para verificar como cada aluno conseguiu interagir com o que foi proposto; 
  4. Ter mecanismos para reconduzir o processo, caso não haja um desempenho satisfatório; 
  5. Conhecer os alunos. 

Postura avaliativa e elaboração de instrumentos de avaliação 

Alguns tipos de instrumentos de avaliação 
• Pré-teste 
• Provas escritas e orais Individual 
• Trabalhos • Pesquisas Duplas 
• Relatórios 
• Seminários 
• Questionários Grupos 
• Estudos de caso 
• Portfólio Coletivo 
• Webquest 
• Auto-avaliação 
• Observação 

A utilização dos instrumentos deve ser adequada ao contexto em que o professor se encontra. 
A “prova” 
• Prova escrita: dissertativa 
1. Resposta livre – ex: fale sobre “Pensão Alimentícia”. 
2. Resposta orientada – ex: Pensão Alimentícia: a) o que é? b) bases legais. c) procedimentos em caso de não pagamento.

A “prova” 
• Prova escrita: objetiva 
1. Múltipla escolha 
2. Verdadeiro ou falso 
3. Relação de pares 
4. Preenchimento de lacunas 
5. Respostas curtas 

Roteiro de Análise das Avaliações

Analise e discuta as questões da avaliação destacando os seguintes aspectos: 
•Que modalidades de questão estão sendo privilegiadas? 
•Os enunciados das questões apresentam-se claramente e contém as informações essenciais para solução dos problemas propostos? 
•Quais os objetivos das questões propostas? 

Para refletir: Sabendo-se que o processo avaliativo é elemento indissociável do trabalho pedagógico na escola, como ajudar o aluno a desenvolver competências e habilidades sem que esse trabalho pedagógico fique reduzido ao um “treinamento” para sua participação nas avaliações externas? 

A LEI E OS MAUS TRATOS.


16 de nov. de 2013

Reorganização do Ensino Fundamental em Regime de Progressão Continuada

Resolução SE nº 74, de 8-11-2013 - Dispõe sobre a reorganização do Ensino Fundamental em Regime de Progressão Continuada

                                                Diário Oficial
                            Estado de São Paulo/ Poder Executivo
                                  Geraldo Alckmin – Governador Seção I



Sábado, 9 de novembro de 2013 -  Paginas 37 e 38


 Resolução SE nº 74, de 8-11-2013

Dispõe sobre a reorganização do Ensino Fundamental em Regime de Progressão Continuada, oferecido pelas escolas públicas estaduais, e dá providências correlatas

O Secretário da Educação, à vista do que lhe representou a Coordenadoria de Gestão da Educação Básica e considerando que:

- impõe-se a necessidade de se dar continuidade à reorganização curricular do ensino fundamental iniciada em 2011;

- o padrão de qualidade da educação básica se efetiva mediante desenvolvimento de ensino que assegure aprendizagem do aluno;

- os recursos disponibilizados às escolas têm propiciado ensino adequado à aprendizagem contínua e progressiva do educando;

- as condições das escolas e os resultados de avaliações externas indicam a necessidade de redimensionamento dos ciclos de ensino, segundo o critério da flexibilização dos tempos de aprendizagem;

- a inserção do aluno nos últimos anos do ensino fundamental implica revisão de práticas escolares, principalmente no 4º, 5º e 6º anos, marcados pelo ensino de professor polivalente e professores especialistas, Resolve:

Artigo 1º - O Ensino Fundamental, em Regime de Progressão Continuada, oferecido pelas escolas estaduais, a partir de 2014, será organizado em 3 (três) Ciclos de Aprendizagem, com a duração de três anos cada, nos termos da presente resolução.

Artigo 2º - Os Ciclos de Aprendizagem visam a propiciar condições pedagógicas para que crianças e adolescentes sejam mais bem atendidos durante seu processo de aprendizagem escolar.

Artigo 3º - A organização do ensino em Ciclos de Aprendizagem assegura um tempo de aprendizagem mais condizente com as características individuais do aluno, suas condições sociais e com o trabalho escolar centrado em aprendizagem contínua eprogressiva do educando.

Parágrafo único – A organização do ensino, de que trata esta resolução, requer acompanhamento e avaliação contínuos do desempenho do aluno, das condições escolares e das situações didáticas, com vista a orientar a equipe escolar para intervenção pedagógica imediata, nas formas de estudos contínuos de reforço, recuperação e aprofundamento curricular, dentro e/ou fora do horário regular de aula do aluno.

Artigo 4º - Os Ciclos de Aprendizagem têm por objetivo:

I - assegurar condições de ensino e de aprendizagem, segundo o critério da flexibilização do tempo escolar, do desenvolvimento contínuo, articulado e progressivo dos diferentes conteúdos que compõem o currículo do Ensino Fundamental;

II - evidenciar a importância que o tempo escolar representa para a organização do ensino e para a efetivação de aprendizagens contínuas e progressivas de todos os alunos, em geral, e de cada um, em particular;

III - assegurar ao aluno em situação de dificuldade de aprender, um ensino a partir de seus conhecimentos prévios, com vista às aprendizagens definidas para cada ano de cada Ciclo do Ensino Fundamental;

IV - orientar os gestores e os professores no reagrupamento de alunos, subsidiando a organização dos processos de ensino, acompanhamento e avaliação contínua da aprendizagem; V - destacar a importância de intervenções pedagógicas resultantes de ações de reforço, recuperação e aprofundamento curricular, como mecanismos necessários à aprendizagem contínua e progressiva do aluno;

VI - identificar os conhecimentos não apropriados pelos alunos para subsidiar a promoção de intervenções pedagógicas de reforço e/ou recuperação;

VII - oferecer a pais ou responsáveis parâmetros que orientem o acompanhamento das aprendizagens conquistadas pelos alunos.

Artigo 5º - O Ensino Fundamental em Regime de Progressão Continuada será reorganizado, a partir de 2014, em 3 (três) Ciclos, compreendidos como espaços temporais interdependentes e articulados entre si, ao longo dos nove anos:

I - Ciclo de Alfabetização, do 1º ao 3º anos;

II - Ciclo Intermediário, do 4º ao 6º anos;

III - Ciclo Final, do 7º ao 9º ano.

Artigo 6º - O Ciclo de Alfabetização (1º ao 3º anos) tem como finalidade propiciar aos alunos os processos de alfabetização, letramento, diversas formas de expressão e de iniciação ao aprendizado da Matemática, Ciência, História e Geografia, de modo a capacitá-los, até o final do Ciclo, a fazer uso da leitura e da linguagem escrita nas diferentes situações de vida, dentro e fora da escola.

§ 1º – Ao final do 3º ano, os alunos que não desenvolveram competências definidas para o Ciclo de Alfabetização, deverão permanecer mais um ano nesse Ciclo, podendo integrar classe de 3º ano com até 20 alunos, mais adequada a seus estudos de reforço e ou recuperação contínuos e intensivos.

§ 2º - Ao término de quatro anos de estudos no Ciclo de Alfabetização, o aluno continuará sua aprendizagem no Ciclo Intermediário.

Artigo 7º - O Ciclo Intermediário (4º ao 6º anos) tem como finalidade assegurar a continuidade e o aprofundamento das competências leitora e escritora dos alunos, com ênfase na organização e produção escrita em consonância com a norma padrão e com conteúdos desenvolvidos nas diferentes áreas de conhecimento.

§ 1º – No 4º e 5º anos o ensino será desenvolvido, predominantemente, por professor polivalente e, a partir do 6º ano, por professor especialista.

§ 2º – Caberá à equipe gestora e aos professores, em especial os que atuam no Ciclo Intermediário, promover condições pedagógicas que assegurem aprendizagens escolares necessárias à transição do ensino por professor polivalente ao do especialista.

§ 3º – Ao final do 6º ano, os alunos que não desenvolveram as competências e habilidades definidas para o Ciclo Intermediário, deverão permanecer mais um ano nesse Ciclo, podendo integrar classe de 6º ano com até 20 alunos, mais adequada a seus estudos de reforço e ou recuperação contínuos e intensivos.

§ 4º - Ao término de quatro anos de estudos no Ciclo Intermediário, o aluno continuará sua aprendizagem no Ciclo Final.

Artigo 8º - O Ciclo Final (do 7º ao 9º anos) tem como finalidade assegurar a aprendizagens definidas para esse Ciclo, que consolidem o currículo escolar previsto para o Ensino Fundamental.

§ 1º - Os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, promovidos em regime de progressão parcial em até 3 (três) disciplinas, exceto Língua Portuguesa e Matemática, poderão iniciar a 1ª série do Ensino Médio, desde que tenham condições de realizar estudos dos conteúdos curriculares definidos para o Ciclo Final, nos quais apresentem defasagem de aprendizagem.

§ 2º - Ao término do 9º ano, os alunos que não desenvolveram as competências e habilidades definidas para o Ciclo Final deverão permanecer mais um ano nesse Ciclo, podendo integrar classe de 9º ano com até 20 alunos, mais adequada a seus estudos de reforço e ou recuperação contínuos e intensivos. § 3º - Ao término de quatro anos de estudos no Ciclo Final, o aluno concluirá o Ensino Fundamental.

Artigo 9º - Caberá à equipe escolar, gestores e professores, identificar alunos de 1º a 9º anos do Ensino Fundamental e os respectivos objetos de conhecimento dos quais não se apropriaram, para assegurar-lhes, estudos de reforço e recuperação contínuos ou intensivos em classes dos respectivos anos com até 20 alunos, mais adequadas as suas necessidades.

Parágrafo único - Compete à equipe gestora, ouvidos os professores, decidir sobre a organização de classes definida no parágrafo anterior, mediante parecer do supervisor de ensino da escola e homologação do dirigente regional de ensino.

Artigo 10 - A consolidação de aprendizagens no Ensino Fundamental em Regime de Progressão Continuada, organizado em 3 (três) Ciclos, terá acompanhamento e avaliação contínuos e sistemáticos do desempenho do aluno e do ensino, para orientar intervenções pedagógicas, nas formas de estudos de reforço e/ ou recuperação contínuos e intensivos, se necessário, dentro ou fora do horário regular de aula do aluno.

Parágrafo único - O acompanhamento e a avaliação das aprendizagens de cada aluno devem ser contínuos e concomitantes aos processos de ensino e de aprendizagem, sistematizados periodicamente por professores e gestores que integram os Conselhos de Classe/Ano e Ciclo, realizados, respectivamente, ao final do bimestre, do ano e do ciclo.

Artigo 11– Caberá às Coordenadorias de Gestão da Educação Básica e de Gestão de Recursos Humanos, respeitada à respectiva área de competência, disponibilizar instruções complementares à implementação da presente resolução.

Artigo 12 – Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as disposições em contrário.

SÍNTESE DE TODOS OS AUTORES CONSTANTES NO EDITAL, OS QUAIS FALAM DE CURRÍCULO:

Cortella, Gimeno, Gomes, Rios, Abramovay, Castro, Tadeu, Moreira, Freurí ...

ABRAMOVAY E CASTRO - QUANDO FALEI DOS TEMAS TRANSVERSAIS
Quando expliquei sobre o uso das CAMISINHAS, DOS PROJETOS DE AÇÃO QUE TODA ESCOLA DEVE TER.
Abramovay aponta de um lado as representações que a sociedade faz do jovem e do outro as vulnerabilidades e contradições juvenis.
O Projeto Pol. Pedag. Escolar deve abordar propostas para se trabalhar e respeitar as diferenças, quanto a homofobia, diferenças sexuais, transtornos, altas habilidade e as questões étnico-raciais no espaço escolar, ou seja o diferente.

TOMAZ TADEU - Elaboração do Currículo e dos 5 DOCUMENTOS DA ESCOLA:
O currículo com visão de amplitude, como conjunto de competências, compreender as linguagens e aos instrumentos que são próprios dela, tecnologias das áreas. O sujeito imerso às culturas, a cultura escolar, articular aprendizagem para além da escola, no seu cotidiano.

MOREIRA - Quanto FALEI DA DIFERENÇA DE RAÇAS E ETNIAS - A RAÇA É HUMANA E AINDA REFORCEI COM DUAS AULAS DE MORIN - o qual melhor explica isso!! Currículo, diferença cultural e diálogo-currículo multicultural, valorização da diversidade, não ignorar as identidades.
Diversidade- multiculturalismo benigno, diferentes costumes, diferentes etnias, igualdade e a todos me todos os seguimentos.

FREURÍ - O Currículo - Aborda o pensamento das culturas que envolvem o ambiente escolar. A escola produz vários ambientes, espaços de aprendizagens, não apenas na sala de aula, ao mesmo tempo participamos de outras culturas, porém mantemos a nossa.

créditos: Explicação pelo professor Luis Vicente

RESUMO DE TODOS OS AUTORES E LEGISLAÇÃO

PAULO FREIRE: aprendizado é quando o aprendiz se torna capaz de criar. Humanização. Aluno = sujeito social e histórico. Ética universal do ser humano: inseparável da prática educativa. Não há docência sem discência. Quem forma se forma e reforma ao formar, e quem é formado forma-se e forma ao ser formado. Educador: rigor metodológico e intelectual. Curiosidade epistemológica. Não há ensino sem pesquisa e nem pesquisa sem ensino. Saber pensar é duvidar de suas próprias certezas. Ensinar = aceitar os riscos do desafio, do novo e rejeitar qualquer forma de discriminação. Ser humano é parte de um processo inconcluso: realidade condicionante, mas não determinante. Experiência Pedagógica: gosto de querer bem e da alegria, sem o qual a prática educativa perde o sentido. Neoliberalismo: condenação à ideologia imobilizante. Educar é construir, é libertar o ser humano das cadeias do determinismo neoliberal, reconhecendo que a história é um tempo de possibilidades. Prática educativa Progressista – Pedagogia Libertadora. Educar é como viver, exige a consciência do inacabado. A História em que me faço com os outros é um tempo de possibilidades e não de determinismo. Educador que “castra” a curiosidade do educando não forma, domestica. Autonomia, dignidade e identidade do educando tem que ser respeitada. Não se pode separar: teoria/prática; autoridade/liberdade; ensinar/aprender; método/conteúdo. Esperança crítica. Educador tem que ser seguro. Saber escutar: não falar para o educando, mas sim com ele.

Anísio Teixeira- 1956 – Escola Nova. Educação de qualidade para todos, sem discriminação, universal e gratuita.

Mário Sérgio Cortella- Conhecimento produzido dentro da sala de aula, professor mediador, conhecer o perfil dos educandos e da comunidade, construção do conhecimento.

Freitas, Luiz C. qualidade negociada, avaliação institucional, pensar em melhorias para o Projeto Político Pedagógico da escola, condições para desenvolver a aprendizagem do aluno e não a sua eliminação.

Políticas Nacionais de Educ.Especial- O aluno especial deve ser incluso na Educ. Básica comum (rede regular), adequação curricular, arquitetônica e acesso ao atendimento especializado.

Abramovay e Castro- De um lado, as representações que a sociedade faz do jovem e do outro as vulnerabilidades e contradições juvenis. O Projeto Pol. Pedag. escolar deve abordar propostas para se trabalhar e respeitar as diferenças, quanto a homofobia, diferenças sexuais, transtornos, altas habilidade e as questões étnico-raciais no espaço escolar, ou seja o diferente.

Teorias Psicogenéticas- Piaget, Vygotsky, Wallon. Piaget: de dentro para fora, primeiro o desenvolvimento biológico, depois a aprendizagem. Maturação, processos de assimilação, acomodação, equilibração, desequilíbrio. Juízo Moral: anomia, heteronomia, autonomia. Vygotsky: de fora para dentro, homem é fruto do meio, do processo histórico e cultural, relação entre Linguagem e Pensamento, a aprendizagem impulsiona o desenvolvimento. ZDP: ajuda necessária – de fora para dentro - para continuar a aprender. Wallon- o sincrético: visão da formação integral, do desenvolvimento do ser humano completo. (afetividade e motricidade) reflexos e movimentos exploram o exterior do ambiente.

ROSITA Edler Carvalho- tomada de consciência e valorização da diversidade dos alunos, não apenas aos educandos portadores de deficiências, mas também aos com dificuldades de aprendizagens. Não rotular o aluno; a escola é que deve se adequar às necessidades do educando, igualdade, direito à aprendizagem e à participação, direitos humanos garantidos. Pingos nos “is” integração x inclusão, individualidade, ideais democráticos.

Proposta Curricular do Estado de SP- currículo é tudo aquilo que envolve aprendizagem escolar. Currículo é cultura. Currículo comprometido com o seu tempo, transformar informações em conhecimento, mundo do trabalho e tecnologias. Dominar a norma culta da língua portuguesa, da matemática e demais linguagens; construir e aplicar conceitos, resolver problemas de maneira geral,selecionar, organizar e interpretar informações em diversas formas de textos;relacionar informações obtidas em diversas formas de linguagens e recorrer dos conhecimentos adquiridos na escola para elaborar proposta de intervenção social, todo o trabalho deve ser realizado na perspectiva interdisciplinar. Formação Integral, em tempo integral (Mais Educação)

Terezinha Rios- A formação do educador e qualidade do trabalho educativo, competência - saber fazer bem e com qualidade, domínio dos conteúdos, intencionalidade do gesto educativo e o direcionamento do processo. Ética – compromisso com as gerações futuras.

Tomaz Tadeu- O currículo com visão de amplitude, como conjunto de competências, compreender as linguagens e aos instrumentos que são próprios dela, tecnologias das áreas. O sujeito imerso às culturas, a cultura escolar, articular aprendizagem para além da escola, no seu cotidiano.
Moreira, Flávio. Currículo, diferença cultural e diálogo- currículo multicultural, valorização da diversidade, não ignorar as identidades. Diversidade- multiculturalismo benigno, diferentes costumes, diferentes etnias, igualdade e a todos em todos os seguimentos. Aprender a lidar e a conviver com a diferença.

Freurí- Aborda o pensamento das culturas que envolvem o ambiente escolar. A escola produz vários ambientes, espaços de aprendizagens, não apenas na sala de aula, ao mesmo tempo em se participa de outras cultura, mantém-se a sua.

Luckesi, Carlos C. Avaliação qualitativa como um processo. Avaliar por competência, tempo, percurso, o objetivo é o que estabelece o ato de avaliar, as dificuldades, intervir de várias formas, um elo entre: avaliar- planejar e executar. Pedagogia construtiva- visa ao processo e à alteridade, professor tem o papel fundamental de acolher o aluno com seus saberes e suas dificuldades, nutrir o aluno com conhecimento, diagnosticar para reorientar.

PCNs – Parâmetro - não obrigatório (já as DCNs: princípio Técnicos -saber, Estéticos - fazer, Políticos - conviver e Éticos - ser).

Os PCNs- apontam o que ensinar: o contexto, a realidade; como ensinar: USO-REFLEXÃO-USO; flexível- referencial; como planejar: por projetos, interdisciplinar, em espiral, temas geradores; Como avaliar: sistêmica, conceitual, procedimental, atitudinal. Função: Catalizador de ações para a melhoria da qualidade da educação. Temas transversais: ética, saúde, meio ambiente, pluralidade cultural, orientação sexual, trabalho e consumo. Transversalidade: abordagem presente em todas as áreas do conhecimento; Temas urgentes e atuais que atravessam todas as áreas de conhecimento, urgência e abrangência nacional - passam pelo âmbito social, cultural, moral e assuntos contemporâneos.

PCNs ENSINO MÉDIO. Áreas de Conhecimento: Cód. Linguagem e Tecn. – ler o mundo; Ciênc.Naturais: investigar o mundo; Ciênc. Hum. e Tec.: refletir o mundo. Profissionalização. Consolidação. Preparo para o mundo do trabalho e para a vida.

ZABALA, A. Como aprender e ensinar competências. Ênfase no como ensinar. Formação para desenvolvimento de capacidades. Aprender mediante uma situação real e determinada. Competência no âmbito escolar – identificar o que qualquer pessoa necessita para responder ao problema aos quais será exposto ao longo da vida. Conteúdos: factuais; conceituais; procedimentais; atitudinais. Competências – abrange todas as capacidades do ser humano. Delors (UNESCO) 4 pilares: aprender a conhecer; a fazer; a viver com os outros; a ser. Diferentes conteúdos se aprendem de diferentes formas: Fatos – telefones, datas comemorativas, nomes – memória (exercitar e repetir várias vezes). Procedimentos – dirigir carros, cozinhar, algoritmo – frequência (receber ajuda daquele que sabe). Conceitos – sistema alfabético, fotossíntese, divisão – construção pessoal (pensar, comparar, compreender, estabelecer relações). Atitudes – responsabilidade, hábito de leitura, solidariedade – coerência (vivenciar situações que representam valores).

SAVIANI, D. Histórias das ideias pedagógicas no Brasil. Pedagogia Tradicional (religiosa) 1549 – 1759 - monopólio da vertente religiosa da pedagogia tradicional; Pedagogia Tradicional (leiga) 1759 – 1932 - coexistência entre as vertentes religiosa e leiga da pedagogia tradicional – visão leiga predominante. Pedagogia Nova 1932 – 1969 – predomínio da concepção moderna; Pedagogia Tecnicista e Produtivista 1969 – 2001 – emergia a visão critica. Princípios da análise das ideias pedagógicas no Brasil: caráter concreto do conhecimento histórico-educacional; perspectiva de “longa duração”; olhar analítico-sintético no trato com as diferentes fontes; articulação do singular e do universo, entre o local, o nacional e o internacional; atualidade da pesquisa histórica. O autor expressa otimismo, ao defender como bandeira uma educação pública e de qualidade para todos os brasileiros.

SACRISTAN, J.G. e GOMES. Compreender e transformar o ensino. Funções sociais da escola: reprodução – reconstrução critica do conhecimento e da experiência. Mecanismos de socialização – processo de socialização (preparação para o mundo do trabalho). Teorias de aprendizagem: E-R; teorias mediacionais; teorias cognitivas; teorias do processamento da informação. Ensino para compreensão: transmissão cultural; treinamentos de habilidades; fomento do desenvolvimento natural; produção de mudanças conceituais. Currículo – construção. Currículo como processo – avaliado, organizado, em ação.

GATTI, B. Políticas docentes no Brasil: um estado da arte. Levantar e analisar compreensiva e integradamente politicas voltadas aos docentes no Brasil. Formação de professores – condições de trabalho. Estudar as novas competências que o professorado deve adquirir na sociedade atual: tornar a profissão mais atrativa; tornar a instituição educativa mais autônoma, mais responsável pela sua gestão pedagógica, organizativa e de pessoal. Políticas de currículo – concebe a função social da escola – professor é a autoridade institucional para dar cumprimento a essa função. Sistemas de avaliação externa – programas de formação continuada de profissionais da educação básica – programa pró-letramento – programa gestão da aprendizagem escolar – curso de especialização em educação infantil – carreira e remuneração dos professores – políticas de valorização do magistério (evasão de professores melhor capacitados para a rede privada). Importância do conjunto das políticas de ação implementadas nos três níveis de Federação e dos esforços de articulação das políticas pela União, na direção da ampliação da formação de docentes, de melhoria da carreira e dos salários e de oferta de apoios pedagógicos diversos.

TARDIF, M. LESSARD, C. O Trabalho docente: elementos para uma teoria da docência como profissão de interações humanas. Objetivo da obra: penetrar no coração do processo de escolarização; analisar e compreender o trabalho docente tal como é desenvolvido, a um tempo conforme as representações e situações de trabalho vividas e denominadas pelos próprios atores e segundo condições, os recursos e as pressões reais das suas atividades cotidianas. Docência moderna – lugar organizado, espacial e socialmente separado dos outros espaços da vida social cotidiana. Divisão do trabalho – organização cognitiva e simbólica do currículo escolar. Ponto de vista administrativo – conteúdos e duração pela organização escolar em função das normas oficiais emanadas geralmente do governo e negociadas com as associações e sindicatos de professores. Condições de trabalho – trabalho diário, semanal, anual, etc. e jornadas de trabalho. Ensinar – agir em função de objetivos no contexto de um trabalho relativamente planejado no seio de uma organização escolar burocrático. Experiência do trabalho docente – multidimensional – multirreferencial (domínio, identidade, personalidade, conhecimento, crítica, etc).

MORIN, E. Ética Universal: complexidade do pensamento – incerteza dos conhecimentos, viagem em busca de um modo de pensamento capaz de: respeitar a multidimensionalidade, a riqueza, o mistério do real; saber que as terminações – cerebral, cultural, social histórica – que se impõem a todo pensamento co-determinam sempre o objeto de conhecimento. Ensinar a condição humana: multidimensional: cérebro, mente, cultura; pulsão, emoção, razão. Antagônico: sábio (sapiens) e louco (demens). Ensinar a Identidade Terrena: legado do séc. XX: mortes, guerras, drogas, armas, vírus. Esperança: educação. Compreender a complexidade do ser humano, inseri-lo no cosmo, no planeta, na espécie e na humanidade. Obstáculos: egocentrismo, etnocentrismo e sociocentrismo. Antropoética. Preocupação: destino da humanidade e do planeta.

ECA- definição de criança e adolescente: de 0 a 12 anos incompletos, ou seja 11 anos, 11 meses e 29 dias o sujeito é considerado criança. De 12 anos a 18 anos incompletos, ou seja, 17 anos, 11 meses e 29 dias, o sujeito é considerado adolescente. Para determinadas situações especiais é possível aplicar o ECA, até os 21 anos de idade. A Lei do Eca no artigo 5º. Só pode retroagir para favorecer o adolescente. Restrição de liberdade pelo prazo máximo de 3 anos, de internação. Em outras palavras, criança e adolescente são pessoas em desenvolvimento. Art. 5º. Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão [15], punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. Além de outros direitos, eles têm prioridades de acordo com o ECA, proteção em situações de socorro, será penalizado o adulto por ação ou omissão à criança ou adolescente. É dever da família, escola, Estado, sociedade e comunidade, assegurar os direitos dos mesmos. Prioridade nas políticas públicas e sociais. Conceito do ECA: Criança e adolescente tem de estar a salvo de situações vexatórias, discriminatórias, constrangedoras, humilhantes ou degradantes. Toda criança e adolesc. tem direito à vida, alimentação, saúde, educação, lazer, esporte, respeito e dignidade. Liberdade de ir e vir, ressalvo o que está na Lei. Direito de buscar refúgio e proteção. O trabalho é vedado à menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz e sua jornada não pode ultrapassar 6 horas diárias, toda atividade remunerada, tem característica educativa para a criança ou adolescente.

Constituição Federal 1988: Princípios fundamentais- soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, o pluralismo político e social. Direitos sociais. Cláusulas pétreas.

Art. 214 Plano Nacional de Educação (PNE 2011-2020): erradicação do analfabetismo escolar, melhoria da qualidade de ensino, universalização do atendimento escolar, formação para o trabalho, promoção humanística, científica e tecnológica do país, estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos.

Parecer CNE 8/12 de 6/03/12- Resolução nº 1 de 30/05/12- Educação em Direitos Humanos;Princípios da educação em direito humanos- dignidade humana, igualdade de direitos, reconhecimento e valorização das diferenças e diversidades, laicidade do Estado, democracia na educ, transversalidade, vivência e global, sustentabilidade- socioambiental. No PPP da escola, levar em consideração as características biopsicossociais para o pleno desenvolvimento do indivíduo. Inserção da ética dos direitos humanos no currículo por meio da transversalidade, interdisciplinaridade.

LDB Nº 9.394 de 20/12/96- Estabelece igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; gratuidade do ensino público, valorização dos profissionais, plano de carreira, ingresso por concurso público, gestão democrática, garantia de qualidade;piso salarial. Art. 1-8: direitos e deveres; art. 6=6; 12 – escola PPP; 13 – docente=PPP, zelar; 14- comunidade, família; 22 –EB; 24 – avaliação; 26 – Currículo; 33 – Ens. Religioso.

DCNs - Diretrizes Curriculares Nacionais- asseguram o direito à educação gratuita: direito-acesso-inclusão, permanência (8069/90), e qualidade-sucesso. Centralidade no aluno e aprendizagem. Objetivos: Pleno desenvolvimento, o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho. Educação básica: o educador e o cuidar são inseparáveis. Responsabilidade- Estado, escola, família e sociedade. Gestão democrática e participativa como garantia do direito à educação. Avaliação- caráter processual, formativo, participativo, ser contínuo, cumulativo e diagnóstico. Aprendizagem-desenvolvimento por meio de conteúdos, competências e valores a serem estabelecidos.Contexto na educação: levar em consideração a diversidade sociocultural escolar, as desigualdade de acesso ao consumo de bens culturas e a multiplicidade de interesse e necessidades apresentadas pelos alunos no desenvolvimento de metodologias e estratégias variadas. Didática- múltipla, variada, diferenciado, adequado às necessidades. Carga horária- 800h relógio e 200 dias letivos (NO ESTADO – 1000 horas). Níveis da educ.básica: educ.infantil de 0 a 5 anos de idade. Ensino fundamental- de 6 a 14 anos de idade- ensino médio de 15 a 17 anos de idade. Modalidade na educação:regular, EJA , especial.

Resolução CNE nº1/2004 Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico Raciais para o Ensino de História e Cultura Afro- Brasileira e Africana. - Conceitos de reparação, democracia, relações étnicas positivas, cidadãos atuantes e conscientes, sociedade pluriétnica, multicultural. - Tratada especialmente nas disciplinas de Educação Artística, História do Brasil e Literatura. - Sistemas de ensino supervisionarão livros e materiais didáticos.
Regime de Progressão continuada 8 e 9/97- Pode ser organizado em um ou mais ciclos. No caso de opção por mais de um ciclo, a transição de um ciclo para outro será feita de forma a garantir a progressão continuada. deve garantir a avaliação do processo de ensino-aprendizagem, com recuperação contínua e paralela, a partir de resultados periódicos parciais e, se necessário, no final de cada período letivo. Medida tomada para reduzir índices de evasão e repetência, corrigir o fluxo escolar idade/ano escolar. Ciclo I - 1º , 2º , 3º , 4º e 5º anos. Ciclo II - 6º , 7º , 8º e 9º anos. Possibilidade de recuperação de ciclo. Ensino menos excludente e seletivo
AVALIAÇÃO: Investigativo. Processual. Prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos. Responsabilidade: Família e escola (LDB) Controle: Escola ( o aluno tem de justificar as ausências, senão o dirigente precisa comunicá-las ao Conselho Tutelar - ECA). Providências (precisam ser documentadas):
1º Pais: informar aluno e orientar pais quanto as suas responsabilidades.
2º escola - ex: convocar aluno para compensação de ausências – ciência dos pais.
3º Encaminhar relação dos alunos c/ 25% de faltas a D.E - encaminhamento Conselho Tutelar e Ministério Público. Avaliação institucional - interna e externa
Avaliação ao longo do processo. Atividades de reforço e recuperação. Meios alternativos de adaptação, de reforço, de reclassificação, de avanços, de aproveitamento e aceleração de estudos. Indicadores de desempenho - IDESP – IDEB. Controle de frequência. Contínua melhoria do ensino. Formas de implantação, implementação e avaliação deste projeto. Dispositivos regimentais adequados. Articulação com as famílias - informação sobre aproveitamento e frequência.

55.588 – Tratamento Nominal travestis e transexuais nos atos e procedimentos promovidos pela Adm. Direta ou indireta do Est. SP. A pessoa indica o prenome. Os servidores deverão tratar a pessoa pelo prenome indicado. Os documentos oficiais deverão ter o nome do registro acompanhado do prenome indicado. Os documentos obrigatórios de identificação serão emitidos nos termos da legislação própria.

Todos os créditos ao Prof. Luis Vicente 

RESUMO PARA A PARTE DISSERTATIVA

Sucessos a todos!
DISSERTAÇÃO: consiste na exposição lógica de ideias discutidas com criticidade, por meio de argumentos bem fundamentados.

1 – Requisitos:
a) Correção: obediência às normas gramaticais.
b) Clareza: qualidade de organizar palavras, frases e períodos para transmitir, de forma compreensível, as ideias.
c) Concisão: habilidade de selecionar palavras com significado preciso, transmitindo ideias de forma sucinta e sintética. O procedimento oposto é a prolixidade, defeito que deve ser evitado.
d) A coesão, ou conectividade sequencial, é a ligação, o nexo que se estabelece entre as partes de um texto, mesmo que não seja aparente. Contribuem para esta ligação elementos de natureza gramatical (como os pronomes, conjunções, preposições, categorias verbais), elementos de natureza lexical (sinônimos, antônimos, repetições) e mecanismos sintáticos (subordinação, coordenação, ordem dos vocábulos e orações). É um dos mecanismos responsáveis pela interdependência semântica que se instaura entre os elementos constituintes de um texto.

LEMBRETES:
• Apresentar letra legível e distinguir as Maiúsculas das minúsculas.
• Não usar a 1ª pessoa ( eu/nós)
• Evitar exceder o número de linhas pautadas ou pedidas como limites máximos ou mínimos.
• Evitar o uso de modismos, vícios e gírias.
• A linguagem deve ser clara e precisa.
• Cortar as abreviações e o etc.
• Frases demasiadamente longas devem ser evitadas, assim como parágrafos de uma só frase.
• Além da adequação ao tema, a redação deve ter ligação entre as partes.
• No 1º parágrafo coloque só a ideia básica, que será detalhada nos outros parágrafos.
• Não deixe suas opiniões se esgotarem no primeiro parágrafo.
• Evite expressões repetidas, coloque sinônimos.
• Enxugue as melhores ideias e tire o supérfluo.
• O rascunho é a melhor garantia de uma redação correta.

Erros comuns nas provas de redação:

1) Fuga ao tema proposto.
2) Uso de clichês
3) Uso indevido de conectivos.
4) Circularidade.
5) Falta de paralelismo.

Questões

1) A sexualidade tem grande importância, visto se relacionar com a busca do prazer, bem como a uma necessidade fundamental do ser humano.
2) O processo avaliativo é inerente ao ato de aprender, pois a avaliação se processa no dia-a-dia. Não se limita a uma prova, um exercício, uma tarefa.
A progressão continuada é um regime de organização escolar previsto na LDB. A progressão continuada tem como princípio a flexibilidade na organização do ensino. A progressão continuada tem como princípio o respeito ao ritmo de aprendizagem do aluno.
3) A professora Ana Maria considera que no regime de progressão continuada, o aluno passa de uma série para a outra sem saber coisa alguma dos conteúdos, sem aprender, consequentemente, sem ser avaliado. Comente as afirmações da professora.
4) Educação Inclusiva.
O projeto pedagógico de uma escola é uma construção coletiva de toda a comunidade escolar e tem como desafios a convivência com as diferenças, a cooperação, dar ou estabelecer prioridades de acordo com a realidade de cada estabelecimento. Para interpretar as propostas apresentas, o professor deverá entre outros conhecimentos, compreender os elementos necessários a estruturação do mesmo. Embora não haja formas fixas, aponte os elementos essenciais para a estruturação do projeto pedagógico. (Currículo é cultura)
5) Discuta a afirmação: “tudo pode ser transformado em linguagem de projeto”.
6) Como deve ser avaliado o projeto pedagógico da escola?
7) Como deve ser avaliada a participação dos alunos no projeto? Como deve ser feita avaliação final do projeto?
A professora da 6ª série de uma escola pública não consegue resolver o problema da indisciplina na sala de aula, pois de acordo com a ela, os alunos estão desmotivados, e sem interesse para aprender, além de revoltados e mal educados. Como ela deveria proceder para solucionar o problema?
9) A escola “Pedro de Albuquerque” ao avaliar a participação da comunidade na escola, conclui que a ela é de alta qualidade, pois os pais sempre colaboram com tudo de que a escola precisa: ajudam nas festas, na reparação de pequenos consertos, pintura da escola, comparecimento às reuniões. Comente a conclusão da escola.
10) Por que uma escola democrática deve garantir a existência dos colegiados? Explique a atuação concreta do colegiado na escola.
11) De acordo com Edgar Morin, quais componentes da missão antropológica do milênio (antropoética) a escola deve assumir?
12) Caracterize as principais condutas do professor como mediador pedagógico.

1. SACRISTAN. Como deve agir o profissional do ensino na elaboração de um currículo que pretende a transformação do ensino superando práticas reprodutoras de conhecimento?
2. FREURI. Para construir uma educação intercultural o que devemos considerar na proposta pedagógica com relação à cultura e à mídia?
3. O grande problema da educação não é discutir se a educação pode ou não pode, mas é discutir onde pode, como pode, com quem pode, quando pode; é reconhecer os limites que a prática impõe. Quais pressupostos se podem levantar a partir da proposta de Rosita E. Carvalho, considerando o exposto no texto e a Política Nacional de Educação Inclusiva?
5. LUCKESI. Segundo Luckesi, qual proposta em avaliação visa a superação de fracasso escolar?

créditos:https://www.facebook.com/luisvicente.ferreira/posts/3605445072539

15 de nov. de 2013

TEORIAS DE APRENDIZAGENS

Por dentro do Comportamentalismo
No método tradicional, o professor planeja, estimula e passa o conhecimento aos alunos


O foco é a transmissão de conteúdos
Quem foi o pai da ideia: o psicólogo norte americano Burrhus Frederic Skinner (1904-1990). O que diz: que é possível modelar o indivíduo, condicionando seus comportamentos. Para tanto, devem-se utilizar os estímulos e reforços adequados. Segundo Skinner, todo comportamento é determinado pelo ambiente, mesmo que a relação do indivíduo com esse ambiente não seja passiva, e sim de interação. Ou seja, um professor pode definir que resultado pretende alcançar com seus alunos e oferecer-lhes os estímulos e recompensas adequados à medida que os alunos avançam. Onde está o foco: nos conteúdos a serem transmitidos e no professor. Qual é o papel do professor: o professor, ou até o livro didático, em alguns casos, é a autoridade máxima, detentora do conhecimento. O aluno é o aprendiz que deve absorver esse conhecimento quanto mais, melhor. Como se ­aprende: por memorização e repetição. Sabe aquelas aulas de inglês em que a professora dizia: "Children, repeat after me..."? Como se introduz um novo conceito: o professor faz um planejamento e apresenta os conceitos. Algo do gênero: "Crianças, hoje vamos estudar as equações de segundo grau". Quais são os reflexos na sala de aula: as aulas, em geral, são expositivas, com o professor falando e a turma, de preferência, quieta. Erros são corrigidos imediatamente e recorre-se à repetição. Que tipo de indivíduo espera-se formar: pessoas com vasto saber enciclopédico. Indivíduos focados no trabalho, que correspondem às demandas e se ajustam bem aos ambientes.
Neste método, a criança constrói o conhecimento por meio de descobertas
O Construtivismo valoriza o conhecimento prévio do aluno
Quem foi o pai da ideia biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980). O que diz: segundo Piaget, o pensamento infantil passa por qua­tro está­gios, desde o nas­ci­mento até o iní­cio da adolescência  ­quando a capa­ci­dade plena de racio­cí­nio é atin­gida. Assim, a criança cons­trói o conhecimento a par­tir de suas des­co­ber­tas, ­quando em con­tato com o mundo e com os obje­tos. Por isso, não ­adianta ensi­nar a um aluno algo que ele ainda não tem con­di­ções inte­lec­tuais de absor­ver. Ou seja, o tra­ba­lho de edu­car não deve se limi­tar a trans­mi­tir con­teú­dos, mas a favo­re­cer a ati­vi­dade men­tal do aluno. Por isso, impor­tante é não ape­nas assi­mi­lar con­cei­tos, mas tam­bém gerar ques­tio­na­men­tos, ­ampliar as ­idéias. Onde está o foco: no aluno e em suas ope­ra­ções men­tais. Qual é o papel do pro­fes­sor: obser­var o aluno, inves­ti­gar quais são os seus conhe­ci­men­tos pré­vios, seus inte­res­ses e, a par­tir dessa baga­gem, pro­cu­rar apre­sen­tar diver­sos ele­men­tos para que o aluno cons­trua seu conhe­ci­mento. O pro­fes­sor cria situa­ções para que o aluno che­gue ao conhe­ci­mento. 
Como se intro­duz um novo con­ceito: para falar em mul­ti­pli­ca­ção, por exem­plo, o pro­fes­sor pode apre­sen­tar uma seqüên­cia de somas, até que o aluno che­gue ao con­ceito da mul­ti­pli­ca­ção. Nada de deco­rar ­tabuada. Ou, para apre­sen­tar for­mas geo­mé­tri­cas, o pro­fes­sor dará aos alu­nos ­vários mate­riais, eles farão dese­nhos e obser­va­rão figu­ras até per­ce­be­rem o cír­culo, o qua­drado, o triân­gulo, etc. Quais são os refle­xos na sala de aula: há menos inter­fe­rên­cia do pro­fes­sor, que res­peita as fases do aluno e pro­cura cor­res­pon­der aos seus inte­res­ses. As salas têm mais obje­tos para manu­sear, mais mate­rial, como blo­cos lógi­cos, figu­ras, etc. As cor­re­ções não acon­te­cem de modo ime­diato, pois os erros são con­si­de­ra­dos parte do pro­cesso de apren­di­za­gem. Que tipo de indi­ví­duo ­espera-se for­mar: pes­soas com auto­no­mia. Gente que inte­rage com o meio, que tem ­idéias pró­prias e é capaz de criar, com uma visão par­ti­cu­lar do mundo.

Por dentro do Socioconstrutivismo
Neste método, o aprendizado não se subordina ao desenvolvimento das estruturas intelectuais da criança, mas um se alimenta do outro
O trabalho em grupo é uma ferrmenta-chave para a busca do conhecimento
Quem foi o pai da idéia: o psi­có­logo bielo-russo Lev ­Vygotsky (1896-1934). O que diz: ele foca a inte­ra­ção. ­Segundo ­Vygotsky, todo apren­di­zado é neces­sa­ria­mente ­mediado – e isso torna o papel do ­ensino e do pro­fes­sor mais ativo do que o pre­visto por Pia­get. O apren­di­zado não se subor­dina ao desen­vol­vi­mento das estru­tu­ras inte­lec­tuais da ­criança, mas um se ali­menta do outro, pro­vo­cando sal­tos qua­li­ta­ti­vos de conhe­ci­mento. O ensino deve se ante­ci­par ao que o aluno ainda não sabe nem é capaz de apren­der sozi­nho. É a isso que se ­refere um de seus prin­ci­pais con­cei­tos, o de "zona de desen­vol­vi­mento pro­xi­mal", que seria a dis­tân­cia entre o desen­vol­vi­mento real da ­criança e ­aquilo que ela tem poten­cial de apren­der, ou entre "o ser e o tor­nar-se". Onde está o foco: na inte­ra­ção. É na rela­ção aluno-pro­fes­sor e aluno-aluno que se pro­duz conhe­ci­mento. Qual é o papel do pro­fes­sor: ele atua como media­dor entre o aluno, os conhe­ci­men­tos que este pos­sui e o mundo. Como se ­aprende: obser­vando o meio, ­entrando em con­tato com o que já foi des­co­berto e orga­ni­zando o conhe­ci­mento junto com os ­outros (pro­fes­sor e turma).
Como se intro­duz um novo con­ceito: se as crian­ças vão apren­der sobre doen­ças, por exem­plo, pri­meiro o pro­fes­sor as ­coloca ­diante de pro­ble­mas para que os resol­vam com o que já sabem e mos­tra a elas a neces­si­dade de novos sabe­res, que terão de encon­trar de dife­ren­tes for­mas. Então, ele as auxi­lia nesse pro­cesso de busca de novos conhe­ci­men­tos. Eles podem tanto ir entre­vis­tar um ­médico (o pro­fes­sor orien­tará a turma sobre como fazer uma entre­vista), como con­sul­tar um livro ou a inter­net. Quais são os refle­xos na sala de aula: há mais cola­bo­ra­ção e tra­ba­lhos em grupo. Parte-se do conhe­ci­mento coti­diano para se che­gar à pro­du­ção de conhe­ci­mento. O pro­fes­sor pro­põe tare­fas que desa­fiam os alu­nos. Erros são con­si­de­ra­dos parte do apren­di­zado – eles mos­tram ao pro­fes­sor como o aluno está racio­ci­nando. Os con­teú­dos são apre­sen­ta­dos por temas: ­aprende-se sobre escra­vi­dão, por exem­plo, inves­ti­gando como ela se deu em ­vários perío­dos, e não neces­sa­ria­mente pela ordem cro­no­ló­gica. Uti­li­zam-se, para isso, mui­tos mate­riais: repor­ta­gens, fil­mes, etc. Que tipo de indi­ví­duo ­espera-se for­mar: pes­soas coo­pe­ra­ti­vas, que ­tenham com­pro­misso com o mundo e com o outro, que sai­bam tanto expor suas ­idéias ­quanto ouvir. Gente que não neces­sa­ria­mente terá um conhe­ci­mento enci­clo­pé­dico, mas que saberá como pro­cu­rar as infor­ma­ções que lhe fazem falta.

Por dentro do Waldorf
Clareza do raciocínio, equilíbrio emocional e iniciativa de ação são alguns dos pontos enfatizados por este método de ensino

O professor acompanha a turma por sete anos
 Quem foi o pai da idéia: o educador austríaco Rudolf Steiner (1861-1925) O que diz: a vivência deve preceder a teoria. Deste modo, o método prevê que o currículo escolar deve ser individualizado e levar em conta apenas as necessidades de aprendizado do aluno em cada fase da sua vida. Onde está o foco: no aluno e no tutor. Qual o papel do professor: cada classe tem um tutor responsável por todas as matérias, que acompanha a mesma turma durante sete anos. "Nós precisamos ser uma referência de comportamento e disciplina para que o aluno possa se espelhar", justifica Alfredo Rheingantz, professor e membro da coordenação da Escola Waldorf Rudolf Steiner. Durante o período correspondente ao Ensino Médio, as classes ganham professores especialistas, mas continuam com um tutor.
Como se aprende: o ensino é dividido em ciclos de sete anos (de 0 a 7, de 8 a 14 e de 15 a 21 anos) e não há repetência, justamente para que as etapas de aprendizagem possam estar em sintonia com o ritmo biológico próprio de cada idade. Como não há provas, as avaliações são baseadas nas atividades diárias, que resultam em boletins descritivos sobre o comportamento, a maturidade e o aproveitamento dos estudantes.
Como se introduz um novo conceito: outra característica da pedagogia Waldorf é o ensino em épocas. Em vez de ter aulas de diversas disciplinas ao longo do dia ou da semana, o aluno passa quatro semanas apenas vendo uma única matéria. "Isso permite que o aluno lembre mais facilmente o que viu e aprofunde melhor os conteúdos", diz Rheingantz. Quais são os reflexos na sala de aula: no primeiro ciclo, a ênfase é no desenvolvimento da coordenação motora e no despertar da memória. Como essa fase é dedicada principalmente às atividades lúdicas, ela não inclui o processo de alfabetização, que acontece apenas no segundo ciclo. Neste, que corresponde ao ensino fundamental, o foco é na educação dos sentimentos para que os alunos adquiram maturidade emocional. Daí a pedagogia Waldorf ser repleta de atividades artísticas, como música, teatro e artes plásticas, além de trabalhos manuais, como marcenaria, tricô e jardinagem. Que tipo de indivíduo espera-se formar: o método Waldorf visa desenvolver a personalidade do aluno, florescendo nele a clareza do raciocínio, equilibro emocional e a iniciativa de ação. Ao final da escola, o estudante está pronto para exercitar o pensamento e fazer uma análise crítica do mundo. 

Por dentro do Montessori
O objetivo da teoria de ensino e aprendizagem criada por Maria Montessori é a formação integral do jovem, uma "educação para a vida"

Alunos do colégio Poeta Drummond, que adota o método de ensino Montessori
Quem foi o pai da idéia: a pedagoga italiana Maria Montessori (1870-1952) O que diz: a linha montessoriana valoriza a educação pelos sentidos e pelo movimento para estimular a concentração e as percepções sensório-motoras da criança. 
Onde está o foco: no aluno. A teoria montessoriana crê que as crianças trazem dentro de si o potencial criador que permite que elas mesmas conduzam o aprendizado e encontrem um lugar no mundo. “Todo conhecimento passa por uma prática e a escola deve facilitar o acesso a ela”, diz a educadora Talita de Oliveira Almeida.Qual o papel do professor: Maria Montessori foi pioneira no campo pedagógico ao dar mais ênfase à auto-educação do aluno do que ao papel do professor como fonte de conhecimento. “Ela acreditava que a educação é uma conquista da criança, pois percebeu que já nascemos com a capacidade de ensinar a nós mesmos, se nos forem dadas as condições”, diz Talita. Assim como no construtivismo, os professores assumem o papel de guia, conduzindo e motivando o aluno no processo de aprendizado.
Como se aprende: o método Montessori parte do concreto rumo ao abstrato. Baseia-se na observação de que meninos e meninas aprendem melhor pela experiência direta de procura e descoberta. Para tornar esse processo o mais rico possível, a educadora italiana desenvolveu os materiais didáticos que constituem um dos aspectos mais conhecidos de seu trabalho. São objetos simples, mas muito atraentes, e projetados para provocar o raciocínio. Há materiais pensados para auxiliar todo tipo de aprendizado, do sistema decimal à estrutura da linguagem. Como se introduz um novo conceito: na Educação Infantil, enfatiza a manipulação de peças de tamanhos, formas, texturas e cores diferentes. Na alfabetização, com a ajuda de objetos como o alfabeto móvel, utiliza-se o método fonético, em que o aprendizado parte do som da letra para se construir a palavra e depois o texto. Devido principalmente, às exigências do vestibular, a pedagogia montessoriana raramente é aplicada no Ensino Médio. 
Quais os reflexos na sala de aula: crianças de idades diferentes são agrupadas numa mesma turma. Nessas classes multiidades, alunos de 5 e 6 anos estudam na mesma sala e seguem um programa único. Posteriormente eles passam para as turmas de 7 e 8, em seguida para as de 9 e 10, e, finalmente, alcançam o último estágio, que agrega jovens de 11, 12, 13 e 14 anos. Até os 10 anos, os alunos têm aulas com um único professor polivalente, enquanto nas salas de 11 a 14, esse professor ganha a companhia de docentes específicos para cada uma das disciplinas.
Para que esse método funcione bem, freqüentemente há atividades em duplas, trios ou grupos. Dependendo do conteúdo, o professor pode dividir a classe em grupos por idade. A maior parte do material didático, especialmente entre os mais novos, é de uso coletivo, como livros e lápis. A avaliação é feita para todas as tarefas, portanto, não existem provas formais. “Além de dar um conceito para cada aluno, os professores preparam boletins detalhados, especificando as posturas e os procedimentos dos estudantes”, conta Edimara de Lima, diretora pedagógica da Escola Prima Montessori de São Paulo Que tipo de individuo pretende formar: individualidade, atividade e liberdade do aluno são as bases da teoria, com ênfase para o conceito de indivíduo como, simultaneamente, sujeito e objeto do ensino. Montessori defendia uma concepção de educação que se estende além dos limites do acúmulo de informações. O objetivo da escola é a formação integral do jovem, uma “educação para a vida”. A filosofia e os métodos elaborados pela médica italiana procuram desenvolver o potencial criativo desde a primeira infância, associando-o à vontade de aprender – conceito que ela considerava inerente a todos os seres humanos.








O QUE É TRANSDISCIPLINARIDADE- Akiko Santos

Parte I

O termo é novo, mas a atitude transdisciplinar acompanha o homem desde a sua origem. Por ser o homem produto da natureza biofísica e cósmica, essa mesma natureza que sempre se comportou de forma transdisciplinar, o homem traz na sua estrutura esse modo de se inserir e evoluir no ambiente peculiarmente constituído por essa conjuntura cósmica e planetária.

O atual modo de raciocinar, sentir, organizar é direcionado pelo meio no qual nos desenvolvemos e nos transformamos em seres humanos. A sociedade nos configura com a predominância atual do cartesianismo. O cartesianismo (Descartes 1596-1650) passou a organizar todo o sistema social e educacional e conformou o MODO DE PENSAR dos homens nos últimos 400 anos. As estruturas e normas universitárias por longos anos têm se apoiado nos princípios cartesianos (fragmentação, descontextualização, simplificação, redução, objetivismo e dualismo). Esse modo cartesiano de ser direciona o olhar das pessoas, exclusivamente para o que é objetivo e racional, desconsiderando a dimensão da vida e da cotidianidade: a emoção, o sentimento, a intuição, a sensibilidade e a corporeidade.


A identidade do homem é construída a partir das profissões estabelecidas na modernidade. A identidade dos jovens é formatada nas parcelas do conhecimento com uma cultura, linguagem e leituras pertinentes a tais parcelas e não estimula abertura e diálogos entre as diversas profissões. Nas universidades se organizam, anualmente, as “semanas” do biólogo, do agrônomo, etc., mas não existe a “semana” do diálogo entre os diversos profissionais, a “semana” do homem. Incentiva-se a identidade parcelada, segundo o molde cartesiano. Assim, se diz “eu sou biólogo”, ou físico, agrônomo, veterinário, zootecnista, sociólogo, filósofo, economista, etc. Ser professor é uma identidade menosprezada, mas ser biólogo é uma identidade valorizada. A disciplinaridade se sobrepõe a transdisciplinaridade, a visão articulada do conhecimento. Na vida, somos todos “transdisciplinares”, mas quando colocamos os pés nas salas de aula, somos disciplinares.

Apesar de o currículo dos cursos contemplarem um leque de disciplinas de outras áreas (multidisciplinaridade), muitas vezes como disciplinas optativas, a estrutura disciplinar impede que os respectivos docentes se articulem e articulem seus conhecimentos. Alguns até dizem “esta disciplina é minha e não admito interferências de outros especialistas”. E os alunos, reféns dessa estrutura/atitude, saem com as cabeças “bem cheias” (MORIN, 2000) de uma variedade de informações, justapostas, sem saber articulá-las com vistas a terem cabeças “bem feitas”.

Os problemas da vida resolvem-se com um pensar transdisciplinar, mas os problemas do conhecimento tendem a seguir um raciocínio cartesiano de objetividade, linearidade e descontextualização. Pedro Álvares Cabral não teria chegado ao Brasil se não tivesse a capacidade de estabelecer relações entre os diferentes saberes da época, aplicando um pensar transdisciplinar e se não tivesse a coragem de desafiar as incertezas e as crendices de “fim do mundo”. A natureza não é linear. A linearidade é uma lente construída pela lógica clássica, faz parte, mas a natureza tem uma lógica complexa.

O predomínio da disciplinaridade aprofundou os conhecimentos específicos e deu condições ao desenvolvimento das ciências e ao progresso tecnológico que hoje desfrutamos. Mas se pensarmos no rumo da humanidade, conduzido pelas ciências disciplinares, perceberemos o seu aspecto desumano e a miopia do MODO DE PENSAR disciplinar. A história humana está repleta dessa miopia. Destacando os fenômenos mais marcantes, temos a bomba atômica e Auschwitz; mais recente, o 11 de setembro. As diferentes raças e culturas não têm o mesmo direito de habitar o planeta terra? Não é da responsabilidade de cada geração da espécie humana de preservar o planeta para as gerações futuras? Edgar Morin (2000) diz que um especialista que somente é especialista é um perigo para o mundo e para a humanidade.

A ciência especializada não explica a vida. Esta só adquire sentido ao ser contextualizada através de todos os saberes acumulados, reconhecendo o direito de cada ser humano, qualquer que seja sua verdade, religião, sexo, cultura e raça de existir e habitar este planeta, convivendo e contribuindo, respeitando e sendo respeitado pelas diferenças individuais e grupais.

Esta mudança de atitude, no nível local das comunidades universitárias, começa com o sentimento de TOLERÂNCIA e ABERTURA ao lidar com as diferenças humanas. São palavras de Paulo Freire: amar o igual é amar a si próprio, o desafio está em amar o diferente.

A transdisciplinaridade é a busca do sentido da vida através de relações entre os diversos saberes (ciências exatas, humanas e artes) numa democracia cognitiva. Nenhum saber é mais importante que outro. Todos são igualmente importantes. Niels Bohr (prêmio Nobel de Física em 1975) já dizia: “O problema da unidade do conhecimento é intimamente ligado à nossa busca de uma compreensão universal, destinada a elevar a cultura humana”.

Parte II

A transdisciplinaridade é uma nova abordagem científica e cultural, uma nova forma de ver e entender a natureza, a vida e a humanidade. Ela busca a unidade do conhecimento para encontrar um sentido para a existência do Universo, da vida e da espécie humana. Se a Ciência Moderna significou uma mudança radical no MODO DE PENSAR dos homens medievais, a transdisciplinaridade, hoje, sugere a superação da mentalidade fragmentária, incentivando conexões e criando uma visão contextualizada do conhecimento, da vida e do mundo.

A disciplinaridade retirou o sentido da vida preenchendo-o com valores de adaptação ao sistema em voga. A educação moderna não se ocupa de desenvolvimento integral dos jovens. Simplesmente prioriza a dimensão racional tratando de dotá-los do necessário para integrar-se e dar continuidade ao sistema. Ao dicotomizar o sujeito do objeto, o ser do saber, considera os fenômenos da subjetividade como a emoção, o sentimento, a intuição, a sensibilidade como sendo um aspecto de segunda categoria, fonte de erros no dizer de Descartes. Mas a própria globalização vem indicando uma nova forma de educar os jovens, sugerindo o resgate dessa dimensão omitida ao longo da modernidade.

A transdisciplinaridade reivindica a centralidade da vida nas discussões planetárias, propondo mudança no sistema de referência e se apóia em três exigências:

1. considerar vários níveis de realidade;

2. trabalhar com a lógica do Terceiro Termo Incluído; e

3. abranger a visão da complexidade dos fenômenos.

Vários níveis de realidade. O paradigma da modernidade vem se revelando insuficiente devido à compartimentação do conhecimento. No estudo do ser humano, o homem é estudado no departamento de biologia, como um ser anatômico, fisiológico e também é estudado nos diversos departamentos das ciências humanas e sociais. Estuda-se o cérebro como órgão biológico e estuda-se o espírito, como função ou realidade psicológica. Cada qual com um quadro conceitual específico e diferenciado. A simples soma desses estudos especializados não nos diz o que é homem. O homem não é simplesmente a soma das partes estudadas pelas disciplinas singulares. Na relação das partes com o todo, a articulação é que faz a diferença e isso inexiste como foco central na estrutura disciplinar. A transdisciplinaridade é a tentativa de construção de uma conceituação multidimensional, considerando vários níveis de realidade. A vida existe na relação com o meio ambiente, com o todo.

Lógica do Terceiro Termo Incluído. Os problemas complexos não se resolvem com a lógica clássica do “falso” e do “verdadeiro”, do “é” ou “não é”. Exigem uma terceira lógica, a da complementaridade dos opostos. Por exemplo, no nível do quantum, onda e corpúsculos formam uma unidade. A unidade se dá pela tensão entre ambos e o que parecia contraditório num determinado nível, noutro não é. E os opostos não são eliminados, eles continuam existindo. Esta lógica não abole a lógica aristotélica do “sim” e do “não”. Apenas não mais se considera a existência de somente dois termos e, sim, três; um terceiro que é o Terceiro Termo Incluído. A lógica do Terceiro Termo Incluído permite cruzamento de diferentes olhares, construindo-se um sistema coerente e sempre aberto, o que nos permite compreender, principalmente, os fenômenos sociais e políticos. A lógica aristotélica justifica a exclusão do diferente, dando lugar ao fundamentalismo, ao racismo e ao cientificismo, bem como separa o “bem” do “mal”. Por isso se diz que a transdisciplinaridade está “entre”, “através” e “além” das disciplinas (Basarab Nicolescu,1999). A transdisciplinaridade transgride as fronteiras epistemológicas de cada ciência disciplinar e constrói um novo conhecimento “através” das ciências, um conhecimento integrado em função da humanidade, resgatando as relações de interdependência, pois a vida se constitui nas relações mantidas pelo indivíduo com o meio ambiente.

Complexidade dos fenômenos. Reconhecer a complexidade intrínseca aos fenômenos. A vida se manifesta na complexidade das relações que são estudadas separadamente pelas ciências, ciências exatas, biológicas e humanas. A interdependência é um princípio que sustenta a vida nesse planeta. Negar a interdependência entre Ciência e Cultura significa negar o sujeito, desvanecendo o sentido da vida. A transdisciplinaridade é a dissolução dos discursos homogeneizantes na ciência e na cultura.

O diálogo entre os estudiosos constitui uma prática necessária ante a deterioração do mundo sob o domínio da fragmentação e objetividade do conhecimento que omite e desencanta a vida. O compartilhamento universal do conhecimento não poderá ocorrer sem a autotransformação apoiada no sentimento de tolerância e abertura. No diálogo, a tolerância é o reconhecimento do direito às idéias e verdades contrárias às nossas (art.14 da Carta da Transdisciplinaridade, Convento de Arrábia, Portugal, 2 a 6 de novembro de 1994). Tolerância e abertura são duas atitudes imprescindíveis no diálogo entre os diferentes saberes, as diferentes culturas, as diferentes teorias e os diferentes modos individuais de ser.


 Publicado no periódico Rural Semanal, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, I parte: na semana de 22/28 de agosto de 2005; II parte: na semana de 29/04 de setembro de 2005.
 DESCARTES, R. Discurso do Método. In: Coleção Os Pensadores, São Paulo: Abril Cultural, 1973.
 MORIN, E. A cabeça bem feita: repensar a reforma. Reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
 BOHR, N. Atomic Physics and Human Knowledge. Science Editions Inc, 1961
NICOLESCU, B. O manifesto da transdisciplinaridade. São Paulo: Triom, 1999.
I CONGRESSO MUNDIAL DE TRANSDISCIPLINARIDADE. CARTA DA TRANSDISCIPLINARIDADE. Portugal: Convento de Arrábia, 1994.

9 de nov. de 2013

Sala de aula: 20 dicas para dominar as modernas práticas pedagógicas

1. Plano de trabalho: conhecer a turma para saber o que e como fazer
Uma turma é sempre diferente da outra. Você sabe disso. E sabe também que, ao iniciar o trabalho com um novo grupo, é fundamental conhecê-lo bem. Só assim podem-se definir com clareza as melhores estratégias e os métodos e materiais a serem usados. É disso que trata o plano de trabalho. Baseado na proposta pedagógica da escola, ele deve também ser norteado pelo planejamento específico de cada série ou ciclo que varia de uma escola para outra. "O plano de trabalho trata das especificidades e demandas de cada turma", explica Maria Luisa Merino Xavier, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É importante, portanto, conversar com os professores da série anterior; descobrir se há alunos na turma com necessidades especiais; se existem, por exemplo, crianças de diversas culturas, etnias ou religiões; e pesquisar o histórico escolar de cada um. Entrevistas com os pais ou responsáveis também são úteis para saber com quem a criança mora, o que faz nas horas de lazer, se tem algum problema de saúde, de que brinquedos gosta e em que outras escolas estudou e como foram essas experiências. "É bom descobrir o que os pais pensam, o que esperam da escola e o que desejam para seus filhos", afirma Maria Luisa. Em sala, é hora de observar quem desenha bem, tem facilidade ou não para leitura, gosta de falar ou é mais tímido. Com tantas informações em mãos, você poderá elaborar estratégias adequadas para todo o grupo considerando as características de cada um. "O plano de trabalho não pode estar pronto nos primeiros dias de aula porque exige contato prévio com alunos e pais", afirma a professora. Além disso, é preciso levar em conta o seguinte: mesmo que você planeje suas aulas de acordo com os conteúdos a ser abordados, sempre haverá, ao longo do ano, a necessidade de mudar os rumos. Um dos motivos é atender às necessidades momentâneas dos alunos. De que adianta, por exemplo, seguir o roteiro sem abordar temas que todos vêem na TV, como as catástrofes naturais ocorridas ultimamente? "As aulas consistem em uma seleção pertinente para o momento, pois os conteúdos não se esgotam", diz Maria Luisa.

2.Avaliação: acompanhar o aluno para traçar o melhor caminho
A avaliação sempre deve estar a serviço do aluno. Isso significa que ela não tem como objetivo determinar as notas a ser enviadas à secretaria, mas acompanhar o caminho que o aluno faz, descobrir suas dificuldades e necessidades e alterar os rumos, se preciso. Ela é constante e pode ser feita durante trabalhos em grupo, jogos e brincadeiras. Só que o olhar do professor, nesses momentos coletivos, deve ser sempre para cada estudante. "Assim se observam os interesses e os avanços de todos na turma", revela Jussara Hoffmann, consultora em educação, de Porto Alegre. Ao pensar em avaliação, você pode lançar mão de atividades interativas em que existam o diálogo, a troca entre os alunos, a participação e a cooperação. Também é importante ter conversas individuais com os alunos, olhar o caderno e as produções, perguntar o que aprenderam e do que gostaram. O questionamento constante dá aos estudantes a oportunidade de aprofundar as suas respostas. Para que você aproveite tudo isso, o registro diário é fundamental. "A observação só se torna um instrumento válido quando é registrada. As anotações mostram em que as crianças se desenvolveram e em que elas ainda precisam avançar", afirma Jussara. Você pode ainda avaliar a produção de texto individual, as manifestações dos alunos sobre diversos assuntos ou sobre um mesmo tema, em vários momentos e as atividades menores, individuais e freqüentes, corrigidas imediatamente. É preciso garantir que o aluno possa expressar seu conhecimento de muitas maneiras (em músicas, textos, pinturas, fotos). Tudo isso contribui para a aprendizagem. O processo é semelhante a um percurso e seu papel não é esperar os alunos no final. Você acompanha a turma, ajudando a ultrapassar os obstáculos do caminho.

3. Contextualização: ela vai muito além da relação com o cotidiano
Existe uma certa confusão sobre o significado do termo contextualizar. A primeira definição é a de que se trata de trazer o assunto para o cotidiano dos alunos. É também, mas não só isso. Muitos conceitos e conteúdos são contextualizados na própria disciplina. "Isso significa colocar o objeto de estudo dentro de um universo em que ele faça sentido", afirma Ruy Berger, consultor em educação, de Brasília. Imagine que você está dando uma aula sobre divisão celular. Os estudantes precisam saber o que é DNA para poder entender o processo. Portanto, o DNA passa a ser um objeto de estudo que faz sentido nesse conteúdo, que é a divisão das células. Esse é um exemplo de contextualização que não está necessariamente ligado à vida das crianças (o que não impede que o professor diga que o DNA faz com que elas se pareçam com os seus pais, por exemplo). Entendido isso, evitam-se situações forçadas, em que o professor se sente na obrigação de relacionar todo e qualquer conteúdo à vida dos alunos. Algumas vezes, aquilo que ele não consegue contextualizar acaba até sendo excluído do currículo o que prejudica, e muito, a aprendizagem da turma.

4. Objetivo: só depois que ele é definido, vem o conteúdo e a metodologia
Os objetivos que o professor deseja alcançar devem sempre preceder sua ação. O ideal é estabelecer primeiro um objetivo e, depois, um caminho para alcançá-lo o que inclui definir o conteúdo e a metodologia. "É preciso ficar atento para ver se a escola não está fazendo o contrário: definindo o caminho, que é passar um conteúdo preestabelecido, para depois pensar nos objetivos", alerta Danilo Gandin, especialista em planejamento da educação, de Porto Alegre. Segundo ele, muitas vezes os professores ficam presos à obrigação de trabalhar o currículo preestabelecido e, ao mesmo tempo, à necessidade de fixar objetivos, mesmo que eles não façam sentido. "Aparecem situações estranhas: enquanto o objetivo é desenvolver a consciência crítica, o conteúdo a ser passado é a crase", afirma. Obviamente o que domina a cena é a crase, que o professor pensa que tem de ensinar. O objetivo aparece apenas porque alguém disse que ele deveria estar lá. Para Gandin, é preciso pensar no que vai ser feito e para quê. Dois exemplos de objetivos que norteiam um trabalho: 1) realizar um estudo sobre a escravidão para aumentar a solidariedade e compreender mais profundamente o significado da liberdade; e 2) estudar a variação dos preços em dois supermercados para iniciar a compreensão do processo econômico no país. Esses objetivos, é bom lembrar, devem sempre estar alinhados com a proposta pedagógica da escola. Os conteúdos e a metodologia, portanto, são o caminho a ser trilhado com base no que se estabeleceu como meta.

5. Conhecimento prévio e interesse dos alunos: quem descobre é você
Os conteúdos abordados em sala de aula devem, basicamente, contribuir para a formação de cidadãos conscientes, informados e capazes de melhorar a sociedade. Por isso, é muito comum os professores tentarem montar suas aulas tendo como centro do trabalho o interesse dos alunos. Dessa maneira, eles teriam mais elementos para refletir sobre o meio em que vivem e sobre o que os cerca. Essa prática, porém, nem sempre garante bons resultados. "Ocorre até o contrário. Ao dar importância somente ao que os estudantes já conhecem, muitas vezes os professores acabam caindo na superficialidade, presos a interesses imediatos", alerta Danilo Gandin. Segundo ele, como conseqüência, surge um currículo ditado pelas circunstâncias, que destaca acontecimentos pontuais e não um roteiro de trabalho construído com base na relação entre a proposta pedagógica e a realidade. "Essa questão só se resolve quando a equipe de cada escola define os grandes horizontes políticos e pedagógicos de seu trabalho e, confrontando esses grandes ideais com a realidade e com a prática, descobre as necessidades de seus alunos", conclui.

6. Trabalho Interdisciplinar: as matérias se unem e os alunos aprendem
A interdisciplinaridade ocorre quando, ao tratar de um assunto dentro de uma disciplina, você lança mão dos conhecimentos de outra. Ao estudar a velocidade e as condições de multiplicação de um vírus, por exemplo, é possível falar de uma epidemia ocorrida no passado devido às precárias condições de saúde e higiene e à pobreza do local. Daí, é possível até explorar, em outros momentos, os aspectos políticos e econômicos que geraram tamanha pobreza. A interdisciplinaridade é, portanto, a articulação que existe entre as disciplinas para que o conhecimento do aluno seja global, e não fragmentado. É muito comum a idéia de que, ao utilizar um tema gerador, se garante a interdisciplinaridade. "Ela não se resume em escolher um tema e abordá-lo segundo a visão de duas ou mais disciplinas", afirma Ruy Berger. Ao estudar a questão dos índios, por exemplo, o professor de História fala sobre a colonização do Brasil, o de Língua Portuguesa trabalha as lendas indígenas e o de Matemática acaba propondo um problema sobre o índio: isso não garante a relação entre as disciplinas. O tema gerador pode ser um ponto de partida, mas não o centro do estudo e nem se alongar muito, para os alunos não se cansarem. Ao planejar, portanto, é importante levantar quais são as possibilidades de trabalhar de forma interdisciplinar ao longo do ano. Essas oportunidades podem ser criadas com base nas pesquisas dos alunos e do próprio professor ou em parceria com os colegas de outras disciplinas.

7. Seqüência didática: uma série de aulas que desafia e ensina os alunos
A seqüência didática é um conjunto de aulas planejadas para ensinar um determinado conteúdo sem ter um produto final. Sua duração varia de dias a semanas e você pode elaborar várias sequências ao longo do ano, de acordo com o planejado ou com a necessidade dos alunos detectada pelo caminho. É possível, inclusive, aplicar essa modalidade ao mesmo tempo em disciplinas diferentes. "O princípio da seqüência didática é dar ao aluno desafios cada vez maiores para que ele se desenvolva", afirma Regina Scarpa, coordenadora pedagógica do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac) e do Instituto Avisa Lá, em São Paulo. Por exemplo: você quer que seus alunos aprendam o uso do "r" e do "rr". Primeiro observa o que eles já sabem a respeito e depois elabora uma série de aulas com várias atividades, jogos, questionamentos e muita reflexão, aumentando gradativamente a complexidade dos desafios propostos. Com esse tipo de abordagem, os alunos vão, aos poucos, percebendo que não existem palavras que começam com "rr" ou que não se usa "rr" após o "s", por exemplo. A seqüência didática é indicada, ainda, quando se quer trabalhar o universo de um determinado autor. "Além de ler suas obras, as crianças verão nessas aulas o que o autor escreve, que livros já publicou e qual o seu estilo", diz Regina. Se a idéia é trabalhar as diferentes versões da história do Pinóquio, outra seqüência pode ser estabelecida: leitura feita pelo professor do original e de uma segunda versão, leitura e reescrita em grupos de trechos de outras versões e a exibição de um filme sobre o personagem. Trabalhando dessa forma, os conteúdos se distribuem de maneira intencional e mais consistente.

8. Temas transversais: o pano de fundo do trabalho da escola
Temas transversais não são disciplinas, apenas permeiam todas elas. Se a escola decide abordar ética de maneira transversal, não pode estipular uma aula sobre o assunto uma vez por semana e esquecer dela no restante dos dias. "Esses temas precisam estar presentes em todas as disciplinas, o tempo todo, como pano de fundo do trabalho da escola", orienta Josca Baroukh, selecionadora do Prêmio Victor Civita. Segundo Josca, ao abordar os temas transversais, o professor leva os alunos a refletir para que eles tenham condições de construir conceitos, em vez de apenas coletar informações a respeito. "Caso contrário, é possível que os estudantes organizem uma coleta seletiva no bairro ou arrecadem alimentos para um asilo sem pensar no porquê de fazer aquilo", afirma. Se a escola propõe à garotada, por exemplo, mobilizar a população e a prefeitura da cidade para fazer um poço artesiano em benefício de uma comunidade que vive na seca, é preciso, antes da ação, uma reflexão profunda. O que é a seca? Que problemas ela traz? Um poço é a melhor solução para o momento? Há outras formas de contribuir? E, principalmente, por que devemos contribuir? Para Josca, não é apenas o conteúdo escolar que dá gancho a esse tipo de trabalho. "Uma notícia de jornal e até um conflito em sala de aula podem ser mote para reflexão. É um trabalho contínuo, que nem sempre depende do planejamento das aulas."

9. Tempo didático: para não errar na dose, é preciso ter objetivos claros
Muitas vezes é difícil definir quanto tempo será gasto para desenvolver um tema, uma atividade ou um projeto. Para não errar na medida, é fundamental ter em mente três pontos: o que você quer ensinar, como cada um de seus alunos aprende e como você irá acompanhar e avaliar o trabalho da garotada. "Se o tempo previsto der errado, é porque pelo menos um desses três itens não foi observado", afirma Regina Scarpa. Na prática, isso significa que você deve estabelecer, primeiramente, os objetivos e os conteúdos (seja para uma aula ou para um projeto mais longo). Depois, pensar nas atividades a ser desenvolvidas, baseando-se na maneira como seus alunos aprendem. Então, considerar que é preciso tempo para avaliar, constantemente, a produção da garotada e, dessa forma, saber se será necessário estender a abordagem de um ou outro conteúdo, sobre o qual as crianças apresentaram dificuldades. "É possível prever o tempo de um projeto, apesar dessas variações no meio do caminho", diz Regina. Por isso, é importante planejar o encerramento com certa antecedência em relação ao fim do bimestre ou do semestre. Se algum aluno não aprender, haverá uma folga. "Não faz sentido o professor fazer a revisão dos textos ou ilustrar um trabalho no lugar dos alunos porque o tempo acabou e é hora de concluir o projeto", diz Regina.

10. Inclusão: a escola leva o aluno com deficiência a avançar
Receber uma criança com deficiência não deve ser motivo de angústia. Cada vez mais a inclusão escolar tem sido discutida no meio educacional, e os professores hoje conseguem encontrar, em parceria com os pais, a coordenação da escola e os especialistas nas deficiências, caminhos seguros para trabalhar. "A escola serve para ampliar os conhecimentos dos estudantes. Por isso, o primeiro passo é procurar saber o que o aluno com deficiência já sabe e quais são as possibilidades que ele tem de aumentar esses conhecimentos", ressalta Maria Teresa Eglér Mantoan, da Universidade Estadual de Campinas. Procure descobrir como tem sido a experiência da criança, pesquisando seu histórico escolar e trocando informações com os pais e os professores das séries anteriores. Se ela estiver recebendo atendimento educacional especializado no contra turno em alguma instituição, é importante conversar com os especialistas ao longo de todo o ano para acompanhar seu desenvolvimento. Isso pode ajudar muito a planejar as aulas, definir estratégias e escolher os melhores materiais o que é bom não só para o aluno com deficiência mas para a turma toda. Se sua escola já oferece esse atendimento, a parceria com o professor especialista se dará de maneira ainda mais efetiva, pois o contato é diário. No caso de haver uma criança cega, esse profissional pode, por exemplo, ajudar você a elaborar materiais concretos para ensinar um conteúdo de Matemática (como figuras geométricas feitas em relevo, com tinta plástica ou sementes coladas no papel). "O professor deve receber essa criança como ele recebe todas as outras. Ela é, acima de tudo, um aprendiz", afirma Maria Teresa.

11. Matemática: interação entre os conteúdos é essencial
O melhor caminho para garantir o aprendizado da turma é relacionar os conteúdos matemáticos e mostrar como eles se complementam. Isso é o que dá significado ao estudo. Geralmente, os tópicos aparecem de forma fragmentada, como se não tivessem nenhuma ligação entre si. Na prática, é como ensinar multiplicação com o objetivo de fazer o aluno calcular mais rapidamente e de cabeça, sem fazer nenhuma relação com situações em que a operação é necessária. "O professor deve organizar os temas de forma que possam ser vistos como uma rede de significados", aponta Maria Sueli Cardoso, selecionadora do Prêmio Victor Civita. Por exemplo: em vez de pedir à turma apenas para calcular quanto é 2 x 4, é possível pedir para desenhar em um papel quadriculado duas colunas com quatro linhas. Assim todos perceberão que 2 x 4 é igual a 8 quadradinhos. Esse resultado significa também a área de um retângulo (com 2 unidades de altura e 4 de comprimento). Nesse tipo de atividade, estão relacionados multiplicação, figura geométrica e perímetro. "É sempre interessante que o aluno compreenda que um mesmo assunto pode ser estudado sob vários aspectos", diz Sueli.

12. Língua Portuguesa (1ªa 4ª): mais importância para a oralidade
Atividades de leitura e escrita aparecem muito nas primeiras séries do Ensino Fundamental. Mas e a oralidade, onde fica? Para Eliane Mingues, selecionadora do Prêmio Victor Civita, é importante criar situações em que as crianças utilizem as três práticas. Elas podem elaborar uma coletânea de contos ou poemas; um livro de receitas; ou o encarte de um CD com as canções preferidas da turma. Para fazer a coletânea de poemas, por exemplo, a garotada tem que ler, selecionar, recitar e escrever as poesias. Essas situações ensinam a leitura e a escrita e também a oralidade, o que será útil para a vida dentro e fora da escola. "Alunos que não vivem situações de fala formal em sala de aula podem demorar mais para construir esse conhecimento", afirma. Surge, assim, a dificuldade em se expressar, elaborar apresentações e criar argumentos sobre o que pensam. O mesmo vale para a dificuldade em anotar, pesquisar e resumir. "Quando as crianças já estão alfabetizadas, pode-se focar em atividades que dão mais autonomia em relação à leitura e à escrita, como a entrevista", sugere Eliane. A atividade proporciona uma situação comunicativa em que os alunos precisam escrever um texto de gênero específico para leitores reais e que será publicado no mural ou boletim da escola.

13. Língua Portuguesa (5ªa 8ª): gramática como uma ferramenta
É importante não separar o estudo das regras da língua da leitura e produção escrita. "A reflexão sobre os mecanismos da língua produz um aprendizado mais consistente quando é feita misturada ao ler e escrever", afirma o selecionador do Prêmio Victor Civita Ricardo Barreto. Para envolver a garotada no ensino da gramática, um bom caminho é associá-la a situações concretas. Transformar um texto formal em coloquial, comparando as palavras e as estruturas que foram alteradas, é um bom exercício. Escrever uma reclamação a uma autoridade e, em seguida, contar o fato a um amigo, também por carta, é outra
opção. "A idéia é levar o aluno a perceber as possibilidades da língua sem ter de decorar regras", diz Barreto. Ele destaca mais uma estratégia: fazer os estudantes pesquisarem as diferenças entre textos de diversos gêneros, como o de divulgação científica, a crônica e a notícia. Durante a leitura, eles acabarão comparando os elementos gramaticais utilizados em cada um. "Por fim, o professor pode solicitar ao aluno que escreva sobre o que aprendeu. Essa prática também estimula a reflexão sobre a língua."

14. Língua Estrangeira: as palavras precisam de contexto
Ninguém esquece sua língua materna quando aprende uma língua estrangeira. O que acontece é bem o contrário: quanto mais o aluno utiliza o conhecimento que adquiriu em sua vivência e sobre o próprio idioma, melhor entende uma segunda língua. Por exemplo: certa vez uma empresa lançou uma campanha publicitária com o slogan Put a tiger in your tank. "Para entender a mensagem, não basta saber o significado de cada palavra. É preciso conhecer uma série de elementos prévios", afirma a selecionadora do Prêmio Victor Civita Celina Bruniera. "Ajuda, por exemplo, conhecer as características do texto publicitário e saber que o tigre representa força e agilidade e que é o símbolo de uma distribuidora de combustível." Outro exemplo: lendo a palavra engaged isolada, o aluno terá mais dificuldade de entender seu sentido do que se vê-la na fechadura da porta de um banheiro público. "Se disserem a ele que, ao girar a fechadura, a palavra desaparece e, em seu lugar, surge vacant, será mais fácil concluir que vacant significa vago e engaged ocupado." Celina ressalta, no entanto, que, ao tentar tornar o ensino interessante, muitos professores se esquecem dos gêneros textuais e abusam de atividades lúdicas sem contextualização. Disso surgem palavras cruzadas e joguinhos que só ajudam a decorar palavras.

15. História: de olho no presente para transformar o futuro
Estudar história local com a turma é uma prática muito comum e pode ser uma experiência importante e enriquecedora desde que o resultado não se torne uma mera coletânea de curiosidades, hábitos e causos sobre o lugar e seus moradores. Por isso, ao pensar nos conteúdos que serão abordados durante o ano, é preciso levar em conta as respostas para algumas perguntas que você deve fazer a si mesmo: posso com isso contribuir para transformar minha região? Em que esse assunto ajudará meu aluno em sua vida diária e no seu processo de formação como cidadão? Como fazer com que ele tenha uma aprendizagem significativa? "Em cada contexto social, político e geográfico as respostas são diferentes. Portanto, só o professor tem reais condições de respondê-las e de formular as melhores propostas didáticas", diz o selecionador do Prêmio Victor Civita Daniel Helene. "O importante é levar os alunos a enxergar a realidade com um olhar crítico." No norte do Maranhão, por exemplo, algumas empresas usam mão-de-obra infantil. Por que não estudar a história local para compreender essa problemática? Em alguns municípios de Rondônia, na fronteira com a Bolívia, muitos estudantes discriminam os colegas vindos do país vizinho. Estudar a formação dessas cidades é um caminho para combater o preconceito. Ações como essas, baseadas em problemas que exigem solução imediata, tornam o ensino de História dinâmico.

16. Geografia: ela não está só nos mapas mas também no cotidiano
Para que essa disciplina faça sentido desde a Educação Infantil, uma boa seqüência de conteúdos é fundamental. Caso contrário, conceitos como ordem, hierarquia e proporção — importantes para a área — não serão assimilados pelas crianças. Segundo Sueli Furlan, selecionadora do Prêmio Victor Civita, as primeiras noções de Geografia são adquiridas ainda na pré-escola. Para que a criança aprenda cartografia, por exemplo, deve-se partir do conhecimento prévio que cada uma delas possui. "Para calcular uma distância, os alunos podem usar objetos de diferentes tamanhos, passadas, o palmo ou um barbante", exemplifica. Dessa forma, ao chegar à 1ª série, eles já adquiriram conhecimento sobre espacialidade e hierarquia. Daí em diante, brincadeiras e jogos ajudam. No futebol, conhecer as posições dos jogadores faz a turma assimilar noções de perto, longe, ao lado, fora, dentro e lateral direita e esquerda. De 5ª a 8ª série, é hora de usar os mapas como fonte de informação para o estudo do mundo em que vivemos. Os alunos devem estudar como se produz a cartografia, quais são suas fontes de informação e qual o papel das cores, dos números e dos símbolos nos mapas.

17. Educação Infantil: o segredo é a autoconfiança do professor
Ouve-se muito que o professor de creche e de pré-escola não pode ser autoritário e que deve se basear no interesse da turma. Mas o verdadeiro responsável pela definição dos temas e das atividades a ser desenvolvidas é ele mesmo. Deixar a cargo dos alunos essa escolha não é sinônimo de liberdade nem demonstra uma postura pedagógica avançada. "O professor precisa conhecer o modo como as crianças aprendem e como se desenvolvem e levar isso em conta na hora de planejar cada aula", afirma a selecionadora do Prêmio Victor Civita Regina Gomes Sodré. Segundo ela, deve-se compartilhar com as crianças algumas etapas do trabalho — pois isso também ensina a estudar e a planejar —, mas sem deixar que elas tomem todas as decisões. Na construção de uma maquete, por exemplo, vale uma conversa com os alunos sobre o material a ser utilizado e sobre o que será representado, além de fazer com eles um cronograma, que será utilizado ao longo do trabalho. Esta é a melhor maneira de envolver as crianças e garantir o interesse pela aula: escolher temas adequados à faixa etária, que sejam relevantes do ponto de vista cultural, estejam relacionados ao local em que a escola está inserida e sejam propostos de forma instigante.

18. Educação Física: o programa vai além do conteúdo esportivo
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), as aulas de Educação Física devem trazer discussões sobre assuntos como ética, cidadania, respeito às diferenças e cooperação. O cuidado constante com essas questões é essencial e se aplica até mesmo durante um campeonato de futebol. Sempre os escolhidos para formar os times são os mais hábeis e competitivos. Ficam para trás aqueles que, por algum motivo, têm dificuldade para jogar. "Cabe ao professor discutir o problema claramente e perguntar por que foi escolhido este e não aquele aluno", afirma Paulo Henrique Nilo Monteiro, selecionador do Prêmio Victor Civita. "Essas respostas vão permitir a ele trabalhar a questão das diferenças, que não se restringem às habilidades físicas, mas que são também socioeconômicas e culturais." Discussões desse tipo podem fazer parte da vivência diária dos alunos. "Não adianta apenas falar sobre as diferenças e continuar propondo somente atividades clássicas, como os jogos esportivos", afirma Monteiro. Para ele, uma boa alternativa é trabalhar com os chamados jogos cooperativos, em que são valorizados elementos como aceitação, envolvimento, colaboração e diversão. "Joga-se com o outro e não contra o outro. Para alcançar os objetivos é preciso esforço e dedicação."

19. Ciências: sem a dúvida, a turma não avança no conhecimento
"A dúvida é, por excelência, o motor da ciência", afirma Maria Terezinha Figueiredo, selecionadora do Prêmio Victor Civita. "O questionamento deve fazer parte da aula do início ao fim." Em classe, enquanto os assuntos são trabalhados, você pode estimular os alunos a fazer também suas perguntas. Ao estudar a fotossíntese acompanhando a germinação de alguns feijões, por exemplo, experimente questionar a turma: o que tem dentro da semente? Por que comemos feijão? "Quando o professor estimula o aluno a elaborar perguntas, está instigando sua capacidade de enxergar o feijão de um jeito diferente do que é apresentado ali", afirma. A dúvida leva a criança a uma ação investigativa sobre o problema, aproximando-a do conhecimento. "Sem reflexão e investigação, a ciência não progride. Como pesquisar se não há algo a descobrir?", indaga Maria Terezinha. Ao se questionar, a criança verá que há inúmeras coisas que a ciência ainda não desvendou. "O professor precisa mostrar que muitos conceitos hoje aceitos são passíveis de mudança, pois a ciência é dinâmica."

20. Artes: uma disciplina que também se ensina e se aprende
As aulas de Artes não dependem do talento ou da sensibilidade dos alunos. A disciplina funciona como qualquer outra: existe um conteúdo, que pode ser ensinado — e aprendido por todos. Segundo a consultora Zá Marisa Szpigel, de São Paulo, um bom caminho é mesclar a visão tradicional do ensino da matéria (em que o estudante baseia seu trabalho em modelos já prontos) com a menos convencional (em que o professor valoriza a espontaneidade da criança para criar). Com base nessa interação, o professor propõe modelos e também cria situações para que o aluno utilize as próprias idéias para transformar as referências que possui. Ele pode, por exemplo, apresentar uma pintura famosa como referência. Ao pintar, a criança não deve, no entanto, fazer uma cópia fiel ou dominar as mesmas técnicas que o artista. O que vale é a criatividade. O aluno define quais materiais usar, se prefere trabalhar sozinho ou em grupo e quanto tempo necessita para as tarefas. Essas oficinas dão ao professor a chance de apresentar os conteúdos e ao mesmo tempo explorar as capacidades dos alunos sem cobrar deles uma produção artística primorosa. Todos têm a mesma oportunidade de criar, a seu modo, sem ser comparados. "Ao propor ao aluno desenhar uma paisagem, não se deve dizer de que modo ele fará isso ou que tom de verde usará na grama", recomenda Zá.


Bibliografia

A prática do planejamento participativo, Danilo Gandin, Ed. Vozes

Avaliação nas práticas de ensino e estágios, Zelir Salete Busato,

Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário, Delia Lerner, 128 págs., Ed. Artmed,

O jogo do contrário em avaliação, Jussara Hoffmann, Ed. Mediação.

Planejamento em destaque: análises menos convencionais, Maria Luisa M. Xavier, Ed. Mediação

Ser professor é cuidar que o aluno aprenda, Pedro Demo, 88 págs., Ed. Mediação